Kim Jong-un reforça continuidade da política atual na Coreia do Norte

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Realizado uma vez a cada geração, o congresso do partido governante da Coreia do Norte chegou ao seu terceiro dia sem que houvessem sinais de mudanças no curso da liderança do ditador Kim Jong-un. Num discurso de três horas transmitido na televisão norte-coreana no domingo, Kim afirmou que estava comprometido a manter posse de armas nucleares, mas considerou que Pyongyang não as usaria a menos que a soberania nacional estivesse ameaçada. O ditador também fez referências a um novo plano econômico para até 2020, mas deu poucos detalhes e enfatizou o papel do Estado, sugerindo que não há planos para formalmente reconhecer a iniciativa privada. O primeiro congresso do Partido dos Trabalhadores desde 1980, que começou na última sexta-feira, tem sido acompanhado de perto para que se obtenha qualquer indicação de um afrouxamento nas regras autoritárias do país, mudanças em direção a uma liberalização econômica ou oportunidade de solução da disputa nuclear com outros países. Partes de procedimentos do congresso tem sido transmitidas pela televisão e publicadas na imprensa estatal. O discurso transmitido neste domingo foi realizado um dia antes. Em discursos tanto na sexta-feira como no sábado, Kim Jong-un fez referências às falas de seu pai e seu avô, os líderes anteriores da Coreia do Norte, e destacou o papel do Estado, dos militares e do partido. Sobre a economia, Kim afirmou que a Coreia do Norte deve "expandir e desenvolver relações econômicas" com o exterior, mas afirmou que o governo deve supervisionar a atividade econômica doméstica. Em anos recentes, negócios privados - que são oficialmente banidos, mas tem sido tolerados - tiveram um papel importante na economia norte-coreana. Kim destacou o compromisso da Coreia do Norte com manter suas armas nucleares, mas fez eco a alegações frequentes do país de que elas servem para defesa da soberania."Como um Estado responsável em relação a armas nucleares, nossa república não vai usar armas nucleares a menos que nossa soberania seja ameaçada por quaisquer forças hostis agressivas com uso de armas nucleares", comentou. A Coreia do Sul criticou os comentários do ditador norte-coreano sobre o programa nuclear e afirmou que a nação jamais seria reconhecida como um Estado detentor de armas nucleares. "A Coreia do Sul e a comunidade internacional vão continuar com fortes sanções e pressões à Coreia do Norte até que o país abra mão de suas ambições nucleares", disse um comunicado do ministério da Unificação, de Seul. Outros palestrantes no congresso da Coreia do Norte elogiaram a família Kim, reforçando o culto à personalidade que o atual líder herdou. Especialistas consideram que uma das razões para realização do congresso era dar força ao papel de Kim. Não está claro quando o congresso deve terminar, mas eventos anteriores duraram cerca de quatro ou cinco dias. Fonte: Dow Jones Newswires.

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