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Kirchner vive a segunda crise institucional

Com a renúncia do governador da província natal de Kirchner, o presidente argentino vê sua imagem piorar

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Néstor Kirchner começa esta quinta-feira com um grave problema para solucionar: a crise no governo de sua província, Santa Cruz. A renúncia do governador Sergio de Acevedo, apresentada na última quarta-feira, evidencia a tensão social que vem explodindo no país e arranha o poder do presidente. Além de tratar-se da província natal de Kirchner, Sergio Acevedo era um dos aliados políticos do presidente, considerado parte do "staff" de confiança da Casa Rosada. Nas últimas semanas a Argentina viveu duas crises institucionais distintas: a destituição do prefeito de Buenos Aires, Aníbal Ibarra, consequência de um processo político provocado pela tragédia do incêndio na discoteca Cromañón, e a renúncia de Acevedo, produto de um violento protesto de trabalhadores de empresas petrolíferas que exigiam o aumento da margem salarial exigida para declaração de Imposto de Renda. Ironicamente, a medida foi anunciada pelo governo poucas horas antes da renúncia do governador. Às vésperas do aniversário dos 30 anos do último golpe militar no país, dia 24 próximo, a renúncia de Acevedo ocorreu em meio às denúncias de violação de direitos humanos na detenção de 19 trabalhadores, suspeitos de envolvimento na morte do policial Jorge Sayago, ocorrida no dia 7 de fevereiro passado, durante um protesto na pequena cidade de Las Heras. Desde o assassinato do policial, o governador vinha sofrendo pressões da Casa Rosada para solucionar o caso e, em diversas ocasiões, teve discussões com o presidente. Kirchner deverá viajar para Santa Cruz ainda nesta quinta-feira, onde deverá acompanhar a renúncia de Acevedo, a qual será analisada pela Assembléia Legislativa da província. O vice-governador, Carlos Sancho, deveria assumir o cargo mas existem boatos de que ele também renunciaria.

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