Kremlin rejeita pedidos dos EUA e da UE para libertar manifestantes opositores presos

No domingo, a polícia prendeu centenas de pessoas, incluindo o líder da oposição, Alexei Navalni, depois que milhares foram às ruas protestar contra a corrupção e cobrar a renúncia do primeiro-ministro russo

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MOSCOU - O Kremlin rejeitou nesta segunda-feira, 27, pedidos dos EUA e da União Europeia (UE) para libertar manifestantes de oposição presos na véspera durante protestos que o governo russo considera ilegais.

A polícia prendeu centenas de manifestantes em diferentes cidades da Rússia no domingo, incluindo o líder de oposição, Alexei Navalni, depois que milhares de pessoas foram às ruas protestar contra a corrupção e cobrar a renúncia do primeiro-ministro, Dmitri Medvedev.

Centenas de manifestantes foram presos em ato convocado pelo oposicionista Alexei Navalny Foto: Yuri Kochetkov/EFE

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O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista a repórteres, qualificou os protestos como "uma provocação", e disse que as autoridades estão preocupadas que ativistas de oposição possam tentar encorajar pessoas a infringir as leis novamente no futuro. Segundo o governo, os protestos contaram com a presença de adolescentes pagos pelos organizadores.

Peskov afirmou que o Kremlin, no entanto, irá ouvir o que as pessoas que participaram dos protestos contra o governo em algumas cidades russas disseram no domingo.

Os protestos, convocados por Navalni, reuniram dezenas de milhares de pessoas no país. Ele foi detido no começo da manifestação em Moscou e será apresentado nesta segunda-feira ao juiz, informou seu porta-voz Kira Iarmych em sua conta no Twitter, por convocar uma manifestação que provocou desordem pública.

Na capital russa, onde milhares de pessoas desafiaram a proibição de protestar, pelo menos 933 foram detidas", relatou a organização OVD-Info, especializada no acompanhamento de manifestações.A polícia anunciou cerca de 500 detenções em Moscou e mais de 130 em São Petersburgo, segundo a agência de notícias Interfax.

Navalni convocou o protesto depois da publicação de um relatório que acusa Medvedev de estar à frente de um império imobiliário financiado por oligarcas. A investigação, apresentada com um vídeo, foi vista 11 milhões de vezes no YouTube.

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As autoridades não reagiram, como fizeram com outros vídeos publicados pela organização dirigida por Navalni, que se coloca como o principal opositor ao Kremlin, denunciando a corrupção das elites.

De onde está preso, Navalni disse estar "orgulhoso" de seus partidários e considerou as detenções "compreensíveis". "Os ladrões se defendem desta maneira. Mas não se pode prender todo mundo que é contra a corrupção. Somos milhões", escreveu o opositor no Twitter. / REUTERS e AFP

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