VIENA - O jovem conservador Sebastian Kurz, vencedor das eleições legislativas na Áustria, exigiu nesta terça-feira,17, em entrevista a um jornal israelense um compromisso contra o antissemitismo de seus futuros sócios no poder, com os quais precisará negociar para formar o governo. Ao jornal Israel Hayom, tratou dos rumores que falam de uma coalizão com o partido de extrema direita FPÖ, que Israel acusa de antissemita.
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"A luta contra o antissemitismo e nossa política de tolerância zero contra qualquer tendência antissemita é muito importante para mim. Trata-se de uma condição prévia para a formação de qualquer coalização sob minha direção. Não há dúvidas quanto a este ponto", enfatizou.
O Partido Popular Austríaco (ÖVP) de Kurz, de 31 anos, venceu as eleições legislativas austríacas, com 31,7% dos votos, superando o ultradireitista Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ, 26%), cujo líder, Heinz-Christian Strache, se perfila como uma figura chave para a formação do governo. Os social-democratas do SPÖ, de Kern, que venceu as eleições de 2013, teve com 26,3% dos votos.
Kurz não descartou nenhuma possibilidade, mas uma coalizão com a extrema-direita do FPÖ parece a alternativa mais provável.Em 2000, a entrada do FPÖ no governo, em coalizão com o chanceler conservador Wolfgang Schüssel, provocou uma grande consternação na Europa e a adoção de sanções da UE contra Viena.
Mas no atual contexto de avanço dos partidos populistas e anti-imigração em vários países europeus parece pouco provável que se repita esta reação, apesar das consequências possíveis a uma aliança entre Kurz e Strache.
O FPÖ, que defende uma aproximação ao grupo Visegrado - Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia -, que mantém divergências com a UE em várias questões, poderia modificar a postura pró-Europa da Áustria.
Em uma Áustria próspera, mas preocupada com a crise migratória, Kurz soube mobilizar o eleitorado conservador com uma imagem de modernidade, um discurso firme sobre a imigração e com promessas de cortes fiscais.
Se Kurz conseguir formar uma coalizão, ele será o governante mais jovem da Europa, superando o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar, de 38 anos, e o presidente francês Emmanuel Macron, de 39. / AFP