Os equatorianos votam neste domingo,2, em uma disputada eleição presidencial para definir o sucessor do presidente Rafael Correa, que deixa o poder após dez anos. O candidato de Correa, o ex-vice-presidente Lenin Moreno e o ex-ministro da Fazenda Guillermo Lasso, travam uma disputa apertada, com uma pequena margem de vantagem para o esquerdista, segundo as últimas pesquisas.
Lasso disse ao votar em Guayaquil que a eleição é uma chance para a "segunda independência do Equador". O conservador apresenta-se como uma alternativa ao correísmo, que aproveitou o boom das commodities para reduzir a pobreza e melhorar a infraestrutura do país, apesar de uma retórica personalista e, por vezes, autoritária.
O presidente agradeceu neste domingo aos cidadãos de seu país por lher permitir gozar do "privilégio" de servi-los durante dez anos, já que em 24 de maio deixará o poder, que assumiu em 2007.
"Embora nunca busquei nada para mim, foi um verdadeiro privilégio poder servi-los todo estes anos", declarou o líder durante o ato institucional de abertura das eleições.
"Só tenho palavras de gratidão para meu povo, que em sua imensa maioria sempre nos respaldou, até nas horas mais duras", ressaltou o governante no úlimo discurso de seu mandato em cerimônia deste tipo.
A eleição no Equador também tem repercussão internacional, com o desafiante conservador Guillermo Lasso prometendo retirar o fundador da WikiLeaks, Julian Assange, da embaixada do Equador em Londres se vencer a disputa de domingo.
O candidato do governo, Lenin Moreno, de 64 anos, ex-vice-presidente que é paraplégico, perdeu a vitória no primeiro turno, em fevereiro, pelo limite mínimo e as últimas pesquisas o mostram a frente de Lasso no segundo.
Moreno, que usa uma cadeira de rodas desde que foi baleado em um assalto em 1998, prometeu ampliar os benefícios sociais para mães solteiras, pensionistas e portadores de necessidades especiais equatorianos, enquanto é mais conciliador que Correa.
Ele retrata seu oponente como um elitista que acabará com políticas de bem-estar social e o conecta à crise financeira de 1999, quando centenas de milhares de equatorianos perderam suas poupanças, uma mensagem que ressoou fortemente no país pobre de cerca de 16 milhões de habitantes. / REUTERS, AFP e EFE