Líbano deve pedir extradição de suspeita de terrorismo

Segundo Itamaraty, Brasília e Beirute mantém estreito contato para decidir como Rana será entregue à justiça libanesa

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Por Agencia Estado
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O Itamaraty deverá receber de Beirute, nos próximos dias, o pedido de extradição da economista Rana Abdel Rahim Koleitat, presa ontem em São Paulo. Rana é acusada de uma fraude de R$ 1,2 bilhão, que provocou a falência do banco libanês Al-Madina, e suspeita de envolvimento no atentado que matou o ex-primeiro ministro de seu país, Rafic Hariri, em fevereiro do ano passado. De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, os dois governos mantêm estreito contato, por meio da embaixada brasileira em Beirute, para discutir como se dará a entrega de Rana à Justiça libanesa. A ausência de um tratado de extradição firmado entre os dois países, em princípio, não deverá atrapalhar esse processo. A contrapartida exigida pelo Brasil será o compromisso formal do Líbano de agir da mesma forma em caso similar. Ou seja, caso a Justiça brasileira precise reaver, no futuro, algum cidadão procurado naquele país, o Brasil terá caminho livre para contar com a extradição do preso. A decisão final sobre a extradição, entretanto, competirá ao Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, que ainda deverá decidir se Rana será embarcada de volta ao Líbano em curto prazo ou se permanecerá no Brasil até pagar pelo crime de corrupção ativa. A rigor, dois processos correrão simultaneamente, explicou a assessoria de Imprensa do Ministério da Justiça. O primeiro, de extradição. O segundo, de expulsão da cidadã libanesa do Brasil por conta da tentativa de suborno de Rana aos dois policiais que lhe deram voz de prisão. Diante desses dois processos, a Justiça iniciou ontem um procedimento preliminar para decidir se ela cumprirá pena no Brasil, depois de julgada, ou se será extraditada o mais rápido possível. Rana escapou do Líbano há um ano e passou pelo Iraque, China, Turquia e República Checa antes de desembarcar no Brasil, em outubro de 2005, com um passaporte britânico, supostamente falso. O nome grafado no documento era de Rana Klailat. Ela estava hospedada em um flat no bairro de Santana, zona Norte de São Paulo, quando foi presa.

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