WASHINGTON - A liberdade de imprensa no mundo está em seu pior nível em treze anos, ameaçada por ataques aos meios de comunicação do presidente norte-americano Donald Trump e por restrições impostas por governos autoritários e democráticos, afirmou na sexta-feira, 28, um grupo de monitoramento.
O informe da Freedom House, organização de direitos humanos sediada nos Estados Unidos, detectou crescentes preocupações com os esforços de governos ao redor do mundo para tomar medidas contra a imprensa e o dissenso.
"Os líderes políticos e outras forças partidárias em várias democracias - incluindo Estados Unidos, Polônia, Filipinas e África do Sul - atacaram a credibilidade e a independência dos meios de comunicação e o jornalismo baseado em fatos, rechaçando o tradicional papel de vigilância da imprensa nas sociedades livres", disse a coordenadora da pesquisa, Jennifer Dunham.
Em um estudo com 199 países em 2016, o grupo concluiu que somente 13% da população mundial tem "imprensa livre", na qual a cobertura das notícias políticas é sólida, a segurança dos jornalistas está garantida, a interferência do Estado em assuntos é mínima e a imprensa não está sujeita a pesadas pressões legais ou econômicas.
Outro 42% da população mundial tem uma imprensa "parcialmente livre" e os 45% restantes vivem em países onde o ambiente dos meios de comunicação "não é livre", informou o grupo.
O relatório vai na mesma linha de um documento publicado esta semana pela ONG Repórteres Sem Fronteiras, sediada na França, que afirmou que a liberdade de imprensa enfrenta sérias ameaças em 72 países, baixando a colocação de Estados Unidos, Grã-Bretanha e outros países no ranking.
O estudo da Freedom House diz que os direitos humanos da imprensa estão sendo violados pelos esforços políticos em países democráticos para influenciar a cobertura noticiosa e deslegitimar os meios de comunicação.
"Quando os políticos atacam os meios de comunicação, induzem seus colegas no exterior a fazer o mesmo", disse o presidente da Freedom House, Michael Abramowitz. / AFP