Libertação de iraquiana já foi pedido de outros grupos extremistas

Sajida al-Rishawi está presa desde 2005, quando participou de um atentado na Jordânia junto com o marido

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Foto de 2006 mostra a iraquiana Sajida al-Rishawi Foto: Majed Jaber / Reuters

CAIRO - A libertação da iraquiana Sajida al-Rishawi, presa na Jordânia desde 2005 por participar de um atentado no país, é uma velha exigência jihadista, que o grupo Estado Islâmico (EI) voltou a pôr sobre a mesa de negociações.

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Em 9 de novembro de 2005, Rishawi e seu marido, também de nacionalidade iraquiana, entraram com um cinto de explosivos no Hotel Radisson SAS, em Amã, com a intenção de matar o maior número possível de pessoas.

Segundo a confissão de Rishawi, que em 2007 foi condenada à morte na forca, seu marido detonou a carga que levava encostada ao corpo, mas ela foi incapaz de ativar o mecanismo de seu cinto explosivo.

O atentado, ao lado de mais dois cometidos simultaneamente por outros dois suicidas em hotéis da capital jordaniana, causaram a morte de 60 civis e deixaram 90 feridos. Rishawi, que tinha 35 anos quando foi detida, declarou-se "inocente" durante o julgamento no qual seus advogados solicitaram, sem sucesso, uma "verificação das condições mentais e psicológicas" da acusada.

O braço da Al-Qaeda no Iraque, dirigida então pelo jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, reivindicou a autoria do ataque na ocasião.

No sábado 24, O EI exigiu a libertação da iraquiana em troca do jornalista japonês que é mantido refém Kenji Goto.

A exigência foi renovada na terça-feira em um áudio no qual os jihadistas davam um ultimato de 24 horas para a libertação da presa iraquiana, caso contrário o japonês e o piloto jordaniano Moaz al-Kaseasbeh, também sob poder do EI, seriam assassinados.

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O governo jordaniano disse nesta quarta-feira, 28, que "está disposto" a libertar a iraquiana se o EI soltar o piloto.

Antes do EI, no entanto, outros grupos jihadistas já tentaram trocar Rishawi por reféns. Em dezembro de 2005, um grupo radical iraquiano chamado Brigada dos Falcões pediu a libertação da iraquiana em troca do então motorista da embaixada jordaniana em Bagdá, Mahmoud Suleiman Saidat.

No final, o motorista jordaniano recuperou a liberdade sem que as autoridades jordanianas entregassem a iraquiana.

Em 2007, o Exército do Islã, um grupo islamita radical vinculado à Al-Qaeda, sequestrou o jornalista britânico Alan Johnston, mantido quase quatro meses como refém. O grupo também pediu a libertação de Rishawi como condição para soltar Johnston, que também acabou sendo solto sem que a mulher saísse da prisão. /EFE

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