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Líder catalão não esclarece se declarou independência e Madri rejeita resposta

Carles Puigdemont tem até quinta-feira para definir seu posicionamento ou o governo espanhol poderá suspender a autonomia da Catalunha; vice-presidente do poder central pede clareza na resposta do governador

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Por Redação
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MADRI - O líder da Catalunha, Carles Puigdemont, não esclareceu nesta segunda-feira, 16, se declarou a independência da região do restante da Espanha na semana passada, abrindo caminho para que o governo central de Madri assuma o controle da Catalunha e a governe diretamente.

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Pouco depois, o governo espanhol rejeitou a resposta de Puigdemont por considerar que faltou clareza na afirmação. "O governo lamenta que o presidente da Generalitat (sede do governo catalão) tenha decidido não responder ao requerimento que foi apresentado pelo governo", disse a vice-presidente Soraya Sáenz de Santamaría, reiterando que "apenas se pede e se pedia clareza".

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Em sua carta ao premiê da Espanha, Carles Puigdemont não responde diretamente à pergunta e diz que os dois devem se encontrar o mais rápido possível para iniciar diálogo ao longo dos próximos dois meses Foto: AP Photo/Manu Fernandez

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, havia dado a Puigdemont até às 10h (6h em Brasília) desta segunda-feira para esclarecer seu posicionamento, e até quinta-feira para mudar de opinião se insistir em uma separação. Premiê também disse que Madri suspenderia a autonomia da Catalunha se Puigdemont optasse pela independência.

Em sua carta a Rajoy, divulgada pela imprensa local da Catalunha, Puigdemont não responde diretamente à pergunta e diz que os dois devem se encontrar o mais rápido possível para iniciar diálogo ao longo dos próximos dois meses visando uma saída política para o conflito entre Catalunha e o Estado. “Nossa oferta de diálogo é sincera, apesar de tudo que aconteceu”, diz o governador.

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Alfonso Dastis, afirmou que Puigdemont não respondeu ao requerimento do Executivo espanhol. "Acredito que prevaleceram as influências mais radicais e agora vamos ver como se desenvolverá a sequência de eventos", afirmou ele à imprensa em sua chegada ao Conselho de Ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE), em Bruxelas. "A carta que conhecemos não constitui uma resposta ao requerimento.”

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O chanceler afirmou que o governo espanhol responderá à carta do presidente regional "assim que expirar o prazo" dado a ele.

Na sua carta, de duas páginas e com cerca de 20 referências documentais, Puigdemont ainda faz a Rajoy duas petições. "Que reverta a repressão contra o povo e o governo da Catalunha, e concretize o mais rápido possível uma reunião que lhes permita explorar os primeiros acordos, para não deixar que a situação se deteriore ainda mais". E destacou que “a nossa proposta de diálogo é sincera, apesar de todo o ocorrido, mas logicamente é incompatível com o atual clima de crescente repressão e ameaça". / REUTERS, EFE e AFP

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