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Líder norte-coreano anuncia fechamento de instalações de testes nucleares

'A partir de 21 de abril, a Coréia do Norte interromperá os testes nucleares e os lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais', informou a Yonhap, citando a agência de notícias norte-coreana KCNA

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Por Redação
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PYONGYANG - Em mais um sinal de que está disposto a negociar com os Estados Unidos, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, anunciou nesta sexta-feira, 20, a suspensão de todos os testes nucleares e de mísseis, e prometeu que vai fechar um local de testes nucleares no norte do país. A notícia foi divulgada pela agência sul-coreana Yonhap, que cita como fonte a agência estatal da Coreia do Norte. Nos últimos dias, o país tem tomado uma série de medidas para demonstrar que está disposta a se desarmar e promover o encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump.

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Kim fez um relatório sobre a situação na península coreana em uma reunião do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores na segunda-feira Foto: EFE/KCNA

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O anúncio, que os Estados Unidos esperavam há algum tempo, é mais um passo crucial na rápida reaproximação da Coreia do Norte com a vizinha Coreia do Sul, e em uma possível retomada das negociações com os EUA. Nesta sexta-feira, 20, Trump enalteceu o anúncio em sua conta no Twitter. “Esta é uma notícia para a Coreia do Norte e para o mundo – grande progresso! Aguardamos nossa Cúpula”, escreveu Trump. 

A decisão ocorre há menos de uma semana do histórico encontro programado entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, no dia 27, na zona desmilitarizada que divide a península.

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“Como está comprovada a eficácia das armas nucleares, não precisamos mais realizar testes nucleares ou lançamentos de mísseis de longo alcance, nem mesmo mísseis balísticos intercontinentais”, disse Kim na reunião do comitê central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, segundo a Agência de Notícias Central Coreana. “As instalações nucleares no norte completaram sua missão e podem ser fechadas”, acrescentou.

O líder norte-coreano não chegou a prometer desmantelar as armas nucleares e os mísseis de longo alcance que a Coreia do Norte já construiu ao longo dos últimos anos, provavelmente para assegurar uma moeda de troca em futuras negociações com a Coreia do Sul e com o presidente dos EUA, Donald Trump.

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Nos últimos dias, o país tem tomado uma série de medidas para demonstrar que está disposta a se desarmar e promover o encontro entre Kim e Trump. Na quinta-feira, Kim Jong-un removeu o principal obstáculo ao diálogo com os EUA e deixou de exigir a retirada das tropas americanas da Coreia do Sul como condição para desnuclearização de seu país, segundo Moon Jae-in.

A série de anúncios encoraja os EUA a levarem adiante os planos de realizar a primeira cúpula entre um presidente americano e Kim Jong-un. No começo do mês, Trump enviou o diretor da CIA, Mike Pompeo, à Coreia do Norte. A reunião secreta serviu para verificar se o líder norte-coreano estava levando a sério as negociações. Trumpadvertiu que poderá mudar de planos se não os considerar “frutíferos”.

A reaproximação com a Coreia do Sul também ocorre de maneira rápida. Ainda na sexta-feira, 20, os dois países instalaram a primeira linha telefônica direta entre seus principais líderes. As duas Coreias mantêm uma linha telefônica em Panmunjom, a cidade da Zona Desmilitarizada (DMZ) na fronteira entre as Coreias. A linha foi cortada nos momentos em que as relações bilaterais azedaram, mas foram restauradas nos últimos meses.

A linha direta fica no escritório de Moon Jae-in em Seul, e na sala da Comissão de Assuntos de Estado, em Pyongyang. Quando os enviados especiais de Moon se reuniram com Kim em Pyongyang, no mês passado, as duas Coreias concordaram em instalar a linha direta e providenciar para que Kim e Moon usassem o telefone antes da cúpula. Na mesma reunião, Kim disse estar disposto a negociar com os EUA. /NYT, W.POST e AFP