Líderes europeus reiteram determinação e unidade em luta contra mudança climática

Chanceler alemã, Angela Merkel, e os premiês de Inglaterra, Theresa May, e França, Édouard Philippe, criticaram decisão de Donald Trump e se disseram comprometidos com a luta para evitar o aumento da temperatura no planeta

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Por Redação
Atualização:

BERLIM - Alemanha, Reino Unido e França reforçaram nesta sexta-feira, 2, o compromisso com o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas e criticaram a decisão na véspera do presidente dos EUA, Donald Trump, de retirar o país do pacto. Além deles, o secretário-geral da ONU, , pediu que os demais signatários do acordo não reduzam seus esforços para evitar o aumento da temperatura no planeta.

Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou o anúncio dos EUA não freará a iniciativa dos outros países e garantiu que a Alemanha, a Europa e o mundo unirão suas forças, "mais determinados do que nunca", para enfrentar o desafio da mudança climática.

Merkel, May e Philippe afirmaram que seus país continuam determinados a cumprir os termos do Acordo de Paris Foto: AP Photo/Michael Sohn | REUTERS/Stefan Wermuth | AFP PHOTO / Patrick KOVARIK

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"É uma decisão muito lamentável, e me expresso de maneira muito contida", manifestou Merkel na Chancelaria do país, onde analisou o passo dado pelo presidente americano, Donald Trump. Merkel considerou que é o momento de "olhar adiante" e reiterou que a Alemanha cumprirá com todos os compromissos adquiridos em um acordo que é "imprescindível" para alcançar as metas da Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável.

"A todos aqueles que consideram importante o futuro do nosso planeta, eu digo: continuaremos lado a lado no caminho para ter sucesso, pela nossa mãe terra", apontou. "Esta decisão (dos EUA) não pode e não freará todos os que estão comprometidos com a nossa terra; ao contrário, mais determinados do que nunca, uniremos todas as forças para enfrentar este grande desafio da humanidade que é a mudança climática e superar com sucesso este desafio."

Já Downing Street, a residência oficial da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou que ela manifestou a Trump sua decepção pela saída do Acordo de Paris. Em uma conversa telefônica na noite de quinta May salientou que o Reino Unido segue comprometido com o acordo.

"A primeira-ministra expressou a sua decepção pela decisão e ressaltou que o Reino Unido permanece comprometido com o Acordo de Paris, como declarou recentemente em reunião do G-7, na Itália, afirmou o escritório.

"Ela disse que o Acordo de Paris fornece a estrutura global adequada para proteger a prosperidade e segurança das futuras gerações, enquanto se mantém uma energia acessível e segura para os nossos cidadãos e negócios", afirmou Downing Street.

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Em Paris, o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, qualificou como "calamitosa" a política americana, mas se mostrou convencido que muitas cidades dos EUA continuarão suas ações contra o aquecimento global.

"Há um enorme número de prefeitos nos Estados Unidos que vão a querer continuar trabalhando conosco", disse Philippe, em uma entrevista à emissora de rádio "RTL". Ele considerou que a posição do presidente americano "abre uma fase de consternação, mas também de resolução" e, em última instância, "reforça a urgência da ação e a necessidade" de manter a perspectiva coletiva.

"O presidente dos Estados Unidos decidiu, em boa consciência, se retirar (do Acordo de Paris). Então ele diz ao mundo que espera resolver os problemas sozinho", disse. 

ONU

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"Não se pode deter a luta contra a mudança climática", advertiu nesta sexta o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que fez um apelo a todos os países para que continuem "comprometidos" com os acordos de Paris.

"A mudança climática é inegável e constitui uma das maiores ameaças no mundo atualmente e para o futuro de nosso planeta", declarou à imprensa à margem do Fórum Internacional de São Petersburgo. "Não se pode deter a ação no que diz respeito ao clima e peço aos países de todo o mundo que mantenham o rumo, que continuem comprometidos com os acordos de Paris em benefício de todos."

"A respeito da sociedade americana, estou profundamente convencido que os Estados, as cidades, a comunidade dos negócios, a sociedade civil seguirão comprometidos e apostarão na economia verde porque é a economia do futuro", completou Guterres. / EFE e AFP

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