Macri projeta denúncia contra Maduro se eleito

Opositor argentino com maior chance em eleição planeja ativar cláusula para punir Venezuela no Mercosul se López não for solto

PUBLICIDADE

Por Rodrigo Cavalheiro
Atualização:
Prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri é candidato à presidência da Argentina Foto: Natacha Pisarenko/AP

BUENOS AIRES- Candidato antikirchnerista com maior chance de presidir a Argentina, o conservador Mauricio Macri afirmou nesta terça-feira, 6, que em seu primeiro dia no cargo exigiria a libertação do opositor venezuelano Leopoldo López, condenado a 13 anos sob acusação de conspirar contra o governo de Nicolás Maduro. Ele acrescentou que acionaria a cláusula democrática do Mercosul para punir a Venezuela se ele não fosse solto.  Prefeito de Buenos Aires, Macri mencionou duas vezes a situação do opositor venezuelano, preso há 20 meses, em uma entrevista a correspondentes em Buenos Aires. Questionado sobre a crise política e econômica no Brasil, disse que preferia não se envolver em questões internas de vizinhos.  Em relação à Venezuela, não usou a mesma saída: “Vamos exigir a libertação de Leopoldo López. E se Maduro da Venezuela não aceita, vamos reunir os países do Mercosul e pedir que a cláusula democrática seja cumprida. Não há alternativa. Maduro tem de respeitar o papel dos opositores.”  Os países do Mercosul assinaram em 1998 o Protocolo de Ushuaia, que estabelece o regime democrático como condição para integrar o bloco. Em caso de descumprimento, um país pode ser suspenso. A cláusula democrática foi usada para afastar o Paraguai após o processo que destituiu o presidente Fernando Lugo do poder em 2012. Durante o período em que os paraguaios estavam alijados do bloco, a entrada da Venezuela foi concretizada - parlamentares em Assunção se recusavam a aprovar o ingresso venezuelano.Mercosul. O prefeito de Buenos Aires disse que sua prioridade em política externa é reativar o Mercosul e sua primeira visita seria ao Brasil.  Macri tem perdido terreno, segundo a média das pesquisas, para o ex-kirchnerista Sergio Massa, terceiro colocado. O equilíbrio favorece o candidato kirchnerista, Daniel Scioli, que ganhará no primeiro turno no dia 25 se obtiver 40% dos votos e abrir 10 pontos sobre o segundo colocado. Segundo a consultoria M&F, os três têm 38,6%, 27,9% e 21,5% das intenções de voto, respectivamente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.