PARIS - O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou a colaboração do seu país no Holocausto, criticando aqueles que ainda minimizam o papel francês no fato que causou a morte de dezenas de milhares de judeus neste domingo, 16, após reunião com o premiê israelense Benjamin Netanyahu. O israelense foi convidado para participar do aniversário de 75 anos do ataque do Velódromo de Inverno de Paris.
Macron insistiu que foi, "de fato, a França que organizou" o aprisionamento. Ele disse que "nenhum alemão" foi diretamente envolvido, mas a polícia francesa colaborou com os nazistas. Na ocasião, mais de 13 mil judeus foram detidos pelos franceses. Quase todos foram deportados para o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, onde foram assassinados.
O mandatário francês minimizou os argumentos dos líderes franceses de extrema-direita de que o regime colaboracionista de Vichy não representava o estado francês, ao dizer que esse é um discurso "conveniente, mas falso".
Palestina. O presidente francês pediu o "reatamento das negociações" entre israelenses e palestinos para encontrar uma resolução na região.
Após duas horas de reunião no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, Macron reiterou a Netanyahu o "apoio indefectível" para que Israel tenha sua segurança garantida. O francês fez uma alusão à potencial ameaça do Irã, mas também criticou a colonização dos territórios palestinos ocupados.
Macron insistiu que o objetivo deve ser a existência de dois Estados "com fronteiras seguras e reconhecidas e com Jerusalém como capital". / AP e AFP