Maduro acusa Obama de se parecer com Bush por ‘obsessão’ contra Venezuela
Líder venezuelano ressaltou que foi a ‘primeira vez’ que o presidente dos EUA falou de tirá-lo do poder, e acrescentou que ele segue os passos de Bush
PUBLICIDADE
Por Redação
Atualização:
CARACAS - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou o presidente dos EUA, Barack Obama, de compartilhar com o ex-líder americano George W. Bush a "obsessão" contra si, mas ressaltou que foi a "primeira vez" que o líder americano falou de tirá-lo do poder na Venezuela.
"Quando li essa declaração, não acreditei; é a primeira vez que ele diz que é preciso mudar o governo. Quem é você, Obama, para opinar sobre a Venezuela? Se ocupe com seu país que está muito mal!", afirmou Maduro ao canal Telesur, com sede em Caracas.
PUBLICIDADE
Após expressar sua preocupação pela economia venezuelana, Obama disse na segunda-feira ao canal CNN que "o povo venezuelano tem que determinar um governo em que ele confie, que seja legítimo, para começar a implementar políticas econômicas que o tire do espiral no qual está. Isso será melhor para todos nós".
"O Obama de Washington se parece muito com Bush. O que Obama disse contra mim se parece muito com as velhas obsessões. É uma obsessão que Obama tem contra nós", respondeu Maduro na segunda-feira à noite.
O líder venezuelano acrescentou que Obama "está se desesperando" e lamentou que queira "passar à história como uma mancha contra a Venezuela". Maduro alertou que as palavras de Obama seguirão encorajando a oposição venezuelana, que já entrou "na loucura" e decidiu tirá-lo neste ano do palácio presidencial.
Ele ainda acrescentou que Obama segue "os passos de seu antecessor" Bush, que "buscou todos os caminhos" para a derrocada dos líderes venezuelanos, principalmente "por meio do financiamento e respaldo a ações golpistas promovidas por setores da direita".
Maduro lembrou também que Obama renovou na semana passada o decreto que emitiu há um ano sob o qual declara a Venezuela uma "ameaça incomum e extraordinária" à segurança dos EUA. Isso implica em um "sinal verde para o golpismo e o terrorismo, sinal verde para a loucura", denunciou.
Publicidade
Fim de semana de protestos na Venezuela
1 / 9Fim de semana de protestos na Venezuela
Protestos na Venezuela
Grupo de manifestantes contrários ao presidente Nicolás Maduro pedem sua renúncia em ato em Caracas Foto: EFE/MIGUEL GUTIÉRREZ
Protestos na Venezuela
Manifestantes pedem a renúncia do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Caracas Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA
Protestos na Venezuela
A marcha opositora foi convocada pela Mesa de Unidade Democrática contra o governo de Nicolás Maduro Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA
Protestos na Venezuela
'Maduro você está nos matando de fome. Não há remédios. Saia', diz cartaz de opositora venezuelana Foto: AP Photo/Ariana Cubillos
Protestos na Venezuela
Chavistas cumprimentam o presidente Nicolás Maduro em ato em Caracas Foto: AP Photo/Fernando Llano
Protestos na Venezuela
'Obama, derrogue o decreto', diz cartaz de chavista pedindo que o presidente americano anule sanções contra o país Foto: AP Photo/Fernando Llano
Protestos na Venezuela
Chavista segura retrato do presidente Hugo Chávez, morto em 2013, em ato de apoio a Maduro Foto: AP Photo/Fernando Llano
Protestos na Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o deputado Diosdado Cabello participam de ato chavista em Caracas Foto: AP Photo/Fernando Llano
Protestos na Venezuela
Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Henry Ramos Allup, participa de manifestação pela renúncia de Maduro em Caracas Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA
"Estamos passando por tempos de dificuldades. Não estamos no melhor momento da época de mudança, tenho certeza que o destino de nosso projeto será a vitória e onde houve derrotas, haverá vitórias outra vez", acrescentou o líder sul-americano.
Maduro vinculou sua sorte à dos ex-presidentes da Argentina Cristina Kirchner e do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrentam o que chamou de "ofensiva judicial" supostamente ordenada por Obama.
O americano, segundo Maduro, pretende "inabilitar e processar dois grandes líderes da América Latina e o Caribe: Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva, assim como o julgamento político que a direita tenta contra a atual governante do Brasil, Dilma Rousseff", sustentou. /EFE
Cenas da crise venezuelana
1 / 8Cenas da crise venezuelana
Escassez na Venezuela
Consumidora aproveita chegada de alimentos a supermercados para estocar comida Foto: REUTERS/Jorge Silva
Escassez na Venezuela
Exército transporta carregamento de água mineral em Caracas. Em virtude do contrabando e da corrupção, muitas vezes alimentos não chegam aos mercados Foto: REUTERS/Marco Bello
Escassez na Venezuela
Alguns supermercados de Caracas têm prateleiras vazias, com poucas opções Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Escassez na Venezuela
Venezuelanos fazem fila para compras em supermercado de Caracas Foto: EFE/MIGUEL GUTIERREZ
Escassez na Venezuela
Funcionário de supermercado recebe carregamento de pasta de dentes: preços de produtos de higiene são tabelados, mas muitas vezes são difíceis de enco... Foto: REUTERS/Jorge SilvaMais
Escassez na Venezuela
Em mercados do governo, há pouca variedades de marcas em virtude das restrições de importações Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins (VENEZUELA
Escassez na Venezuela
Caixa conta dinheiro em mercado de Caracas: inflação faz os venezuelanos levarem cada vez mais bolívares para as compras Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Escassez na Venezuela
Em alguns mercados, a situação é mais grave e corredores inteiros ficam sem produtos Foto: REUTERS/Jorge Silva