Maduro avalia 'premiar' beneficiário de programa social que votar em eleição presidencial

Presidente venezuelano afirmou em comício no Estado de Anzoátegui que os cidadãos do país recebem 'direito social ao trabalho, ao estudo e à pensão', mas em troca devem dar seu voto à pátria; opositores denunciam uso da máquina estatal em campanha

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CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou neste sábado, 28, que avalia premiar os beneficiários do carnê da pátria - programa de auxílio do governo - que votem nas eleições presidenciais de 20 de maio.

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"Todos que tiverem o carnê da pátria devem votar (...) Estou pensando em dar um prêmio ao povo daVenezuela que vá votar neste dia, com o carnê da pátria", disse Maduro em um comício no Estado de Anzoátegui, no nordeste do país.

Maduro faz campanha à presidência venezuelana; candidato chavista disse que pode dar 'bônus' aos cidadãos que votarem em 20 de maio Foto: Miraflores Palace/Handout via REUTERS

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"Pela democracia, pela liberdade, dando e dando: recebo meu direito social ao trabalho, ao estudo, à pensão, mas dou meu voto à pátria", declarou Maduro. 

Os principais adversários de Maduro nas eleições, o ex-governador Henri Falcón e o pastor evangélico Javier Bertucci, têm denunciado o uso da máquina estatal por parte do presidente, especialmente no que diz respeito às verbas públicas.

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Apenas neste sábado, o canal estatal VTV transmitiu três comícios de Maduro. Na segunda-feira passada, o presidente apareceu seis vezes no mesmo canal, entregando 36 casas. 

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Em suas mensagens na TV, Maduro oferece novos bônus - que entrega mensalmente desde dezembro - e a melhora nos programas de distribuição de cestas básicas e alimentos subsidiados, em meio a um desabastecimento generalizado e uma inflação que deve atingir os 13.800% em 2018, segundo o FMI. 

Na quarta-feira, Falcón entregou uma lista de exigências ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), incluindo o fim da propaganda nos meios estatais.

A maioria dos partidos de oposição decidiu boicotar as eleições presidenciais diante da falta de garantias e transparência. / AFP

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