Maduro diz que Venezuela teve um dos 'melhores carnavais' dos últimos anos 

Em mensagem no Twitter, presidente bolivariano diz que seu país deu 'exemplo de paz e alegria para o mundo' apesar de alguns dizerem o contrário; ataque a tiros em baile de carnaval e incursão militar em mina no sul do país deixaram ao menos 21 mortos

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Por Redação
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CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, felicitou o país pelo que descreveu como um dos "melhores carnavais" dos últimos anos e por dar, em suas palavras, "um exemplo de paz e alegria para o mundo".

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"Boas notícias! Ainda que algumas vozes digam o contrário, tivemos o melhor carnaval dos últimos anos. Milhões de famílias deram exemplo de paz e alegria para o mundo. #CarnavalSeguroEEmPaz", escreveu o presidente bolivariano em sua conta no Twitter.

Famílias enterram mineiros mortos em incursão militar no sábado no município de Guasipati, no sul do país Foto: REUTERS/William Urdaneta

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Durante os quatro dias de feriado carnavalesco na Venezuela, milhares de cidadãos viajaram principalmente para as regiões costeiras para aproveitar as praias caribenhas. Mas, ao contrário do que afirmou o presidente, episódios de violência deixaram mortos e feridos no país.

Na segunda-feira, três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas em um tiroteio durante o tradicional baile de carnaval em El Callao, no sul do país, declarado pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade.

De acordo com informações da imprensa local, o atirador diversas vezes contra um grupo de foliões, matando dois homens de 23 e 26 anos e uma mulher de 30 anos. O autor dos disparos fugiu do local e ainda não foi identificado.

Além disso, no sábado uma incursão militar em uma mina ilegal na cidade de Guasipati, também no sul do país, deixou 18 mortos. Organizações de direitos humanos e políticos opositores qualificaram o episódio como um "massacre das forças governamentais".

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A região, fronteiriça com o Brasil, faz parte do Arco Mineiro do Orinoco, um extenso território que o governo explora com empresas multinacionais para compensar a queda no valor do petróleo, principal causa para a grave crise econômica vivida na Venezuela.

Segundo dados da ONG Observatorio Venezolano de Violencia (OVV), o país registrou ao menos 26 mil mortes violentas em 2017, com uma taxa de 89 mortes para cada 100.000 habitantes - 14 vezes maior do que a média mundial.

O OVV considera o município de El Callao o mais perigoso do país, com uma alarmante taxa de 816,9 mortes violentas para cada 100.000 habitantes. / EFE e AFP

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