Mãe de terrorista suicida diz que ele era uma 'panela de pressão' na Bélgica
Bilal Hadfi, de 20 anos, estava entre os terroristas suicidas que detonaram coletes-bomba do lado de fora do Stade de France; ele viajou escondido para a Síria em fevereiro, depois de se radicalizar
Por Redação
Atualização:
BRUXELAS - A mãe de Bilal Hadfi, um dos terroristas suicidas que detonaram coletes-bomba do lado de fora do Stade de France, afirmou dez dias antes dos atentados em Paris que tinha medo de que seu filho de 20 anos fosse "explodir de um dia para o outro", ao descrevê-lo como uma "panela de pressão" na Bélgica, informou nesta quarta-feira, 18, o jornal "La Libre Belgique".
A mulher, Fatima, concedeu em 3 de novembro uma entrevista a essa publicação, na qual disse ter medo de receber uma mensagem com o anúncio da morte de seu filho, uma declaração que ganhou um novo sentido por causa dos atentados em Paris.
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Hadfi, de 20 anos, era o filho mais novo de Fátima. Seu pai faleceu há oito anos e está enterrado no Marrocos. Ele tinha dois irmãos e uma irmã. De nacionalidade francesa, Hadfi vivia com sua família há vários anos na Bélgica, onde moraram em uma residência popular em Bruxelas até se mudarem para outro apartamento na capital belga.
O jovem viajou subitamente no dia 15 de fevereiro para a Síria sem avisar sua família, fingindo ter ido ao Marrocos para "recarregar as baterias" e visitar o túmulo de seu pai.
A mãe relatou há duas semanas que, um dia antes, seu filho a visitou pela última vez, mas não se comportou como sempre. Tinha "os olhos vermelhos e me abraçou", contou. Fatima está convicta de que ele "sabia que era uma viagem sem volta".
Nos três dias seguintes, Bilal ligou para ela em várias ocasiões durante a viagem, mas no quarto seus outros três filhos a visitaram para lhe informar que o irmão tinha viajado à Síria.
Fatima desconhecia com que pessoas seu filho mais novo se relacionava, mas notou mudanças em seu comportamento, porque deixou "de fumar cigarros e haxixe" e "jejuou nas segundas-feiras e nas quintas para pedir perdão a Deus". Ela, no entanto, via como positivo ele se arrepender e deixar o álcool e a drogas.
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Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
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Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
Policias e serviço de emergência trabalham perto da Place de la Republique Foto: AFP PHOTO / DOMINIQUE FAGET
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
Policiais italianos guardam a embaixada francesa em Roma, depois que ataques em Paris deixaram pelo menos 60 mortos Foto: EFE/EPA/CLAUDIO PERI
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Em uma noite de pânico e terror, ao menos três atentados simultâneos atingiram nesta sexta-feira, 13, pontos distintos de Paris e deixaram pelo menos ... Foto: Mais
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
Equipe de resgate ajuda uma pessoa ferida próximo ao Bataclan Concert Hall, na região central de Paris, um dos alvos dos atentados Foto: AFP PHOTO / DOMINIQUE FAGET
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
Os alvos foram um restaurante, uma casa de shows e o Stade de France, palco da final da Copa de 1998. A polícia antiterrrorista francesa assumiu as in... Foto: REUTERS/Christian HartmannMais
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Ao menos dois brasileiros ficaram feridos nos ataques, segundo a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis. Os dois passaram por cirurgia, já foram id... Foto: AFPMais
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Em uma noite de pânico e terror, ao menos três atentados simultâneos atingiram nesta sexta-feira, 13, pontos distintos de Paris e deixaram pelo menos ... Foto: REUTERS/Gonazlo FuentesMais
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
Polícia acompanha torcedores que saiam do Stade de France, onde explosivos foram detonados durante o amistosoentre França e Alemanha, em Paris Foto: REUTERS/Gonazlo Fuentes
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Os alvos foram um restaurante, uma casa de shows e o Stade de France, palco da final da Copa de 1998. A polícia antiterrrorista francesa assumiu as in... Foto: REUTERS/Benoit TessierMais
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Policia checa identidade de homem próximo aoBataclan Concert Hallminutos depois dosataques coordenados que atingiram Paris nesta sexta-feira, 13 Foto: REUTERS/Christian Hartmann
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
Especialistas forenses inspecionam um restaurante ao lado do Stade de France, um dos alvos dos ataques coordenados que atingiram Paris nesta sexta-fei... Foto: AFP PHOTO / FRANCK FIFEMais
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
Segundo a agência France Presse, que cita a polícia de Paris, só no Bataclan são cerca de 100 mortos Foto: REUTERS/Christian Hartmann
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Especialistas forenses inspecionam um restaurante ao lado do Stade de France, um dos alvos dos ataques coordenados que atingiram Paris nesta sexta-fei... Foto: AFP PHOTO / FRANCK FIFEMais
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
No Stade de France, onde duas explosões foram ouvidas no fim do primeiro tempo do amistoso, os acessos ao estádio foram fechados. A partida terminou c... Foto: AP Photo/Christophe EnaMais
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No Stade de France, onde duas explosões foram ouvidas no fim do primeiro tempo do amistoso, os acessos ao estádio foram fechados. A partida terminou c... Foto: AP Photo/Christophe Ena)Mais
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
A emissora de televisão France 24 citou relatos da polícia de que cerca de 100 pessoas morreram dentro da casa de shows Bataclan em Paris Foto: AFP PHOTO / DOMINIQUE FAGET
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Em uma noite de pânico e terror, ao menos três atentados simultâneos atingiram nesta sexta-feira, 13, pontos distintos de Paris e deixaram pelo menos ... Foto: REUTERS/Philippe WojazerMais
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Os alvos foram um restaurante, uma casa de shows e o Stade de France, palco da final da Copa de 1998. A polícia antiterrrorista francesa assumiu as in... Foto: REUTERS/Christian Hartmann Mais
Múltiplos ataques deixam feridos e mortos na França
Segundo o vice-prefeito de Paris são 118 mortos nos ataques dessa sexta-feira Foto: AP Photo/Michel Euler
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Os alvos foram um restaurante, uma casa de shows e o Stade de France, palco da final da Copa de 1998. A polícia antiterrrorista francesa assumiu as in... Foto: REUTERS/Christian HartmannMais
Ataque em Paris
Policiais na cena do ataque em Paris Foto: EFE/EPA/YOAN VALAT
Ataque em Paris
Policial na cena de um dos ataques em Paris Foto: EFE/EPA/YOAN VALAT
Ataque em Paris
Resgate e médicos socorrem vítimas em um restaurante em Paris Foto: AP Photo/Thibault Camus
Ataque em Paris
Corpos de vítimas em rua de Paris em frente ao restaurante em Paris Foto: AP Photo/Thibault Camus
Ataque em Paris
Forças de segurança em Rue Bichat, em Paris Foto: AFP PHOTO / KENZO TRIBOUILLARD
Atentado em Paris
Equipes de resgate atendem vítimas de tiroteio em restaurante de Paris Foto: Thibault Camus /AP
One World Trade Center
Em Nova York, o One World Trade Center foi iluminado nas cores da bandeira da França em homenagem às vítimas dos ataques de sexta-feira, 13 Foto: AP Photo/Kevin Hagen
Senado, Cidade do México, México Foto: REUTERS/Tomas Bravo
O Anjo da Independência
O Anjo da Independência, Cidade do México, México Foto: REUTERS/Tomas Bravo
Prefeitura de São Francisco
Prefeitura de São Francisco, EUA Foto: REUTERS/Stephen Lam
Radicalização. Uma de suas ex-professoras do ensino médio descreveu o estudante como uma pessoa "politizada", que havia se radicalizado em poucos meses. Sara Stacino afirmou à rede de televisão belga "VRT" que depois do ataque à revista satírica francesa "Charlie Hebdo", em janeiro, Hadfi defendeu o atentado, argumentou que os "insultos à religião" deveriam parar e que era preciso "acabar com a liberdade de expressão".
A professora de história se inquietou e informou sobre este comportamento ao conselho estudantil local e à direção do colégio onde Bilal estudava.
Já na Síria, o suicida pediu a seus irmãos que não chorassem por ele, que era sua decisão se unir ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Ele teria dito, segundo o "La Libre Belgique", que na Bélgica "não tinha um lugar".
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Fatima tentou manter contato com seu filho e não informou o caso à polícia, já que temia que isso evitasse seu retorno. Bilal jamais disse onde estava, mas pediu a sua mãe que se unisse a ele na Síria para participar da criação do EI. Ele queria que ela rompesse todos os laços com a Bélgica, a qual chamava de "país dos infiéis".
Em 8 de março, a polícia belga entrou no apartamento de Fatima para uma operação de busca e apreensão e deteve seu filho mais velho. Desde então, Bilal Hadfi estava registrado em uma lista do Órgão de Coordenação para a Análise das Ameaças (OCAM). Fatima garantiu antes dos atentados que não tinha notícias de seu filho havia três meses. / EFE