Mais um jurista venezuelano pede proteção à embaixada do Chile

Luis Marcano Salazar se tornou o 5º juiz da Venezuela a procurar a representação chilena no país para evitar, entre outras coisas, sua prisão; além deles, um dirigente do do partido social-cristão (Copei) também está 'refugiado' na casa do embaixador

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Por Redação
Atualização:

SANTIAGO DO CHILE - O ministro das Relações Exteriores do Chile, Arauto Muñoz, afirmou na quinta-feira que mais um magistrado designado pelo parlamento para integrar Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela entrou na residência do embaixador chileno em Caracas solicitando proteção, o que eleva o número de pessoas "refugiadas" na sede diplomática para seis.

O chanceler chileno escreveu no Twitter que o advogado Luis Marcano "entrou na residência em Caracas solicitando proteção do Chile e, com ele, já são seis pessoas refugiadas na embaixada".

Magistrados e político pediram proteção contra o governo de Nicolás Maduro na representação chilena em Caracas Foto: REUTERS/Marco Bello

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Um comunicado do Ministério de Relações Exteriores do Chile detalhou que Luis Marcano Salazar, designado como magistrado pela Assembleia Nacional, que é controlada pela oposição, também ingressou nesta quinta-feira na residência do embaixador do Chile em Caracas "em busca de proteção, sendo-lhe concedida a qualidade de hóspede".

O texto indica que "Marcano Salazar solicitou a proteção do Chile fundamentada em circunstâncias políticas conhecidas". "O governo do Chile agirá nesta matéria de acordo com os princípios jurídicos e humanitários que inspiram sua política externa."

No interior da residência diplomática chilena já se encontram na qualidade de "hóspedes" Zuleima del Valle González, Beatriz Ruiz Marín, José Fernando Núñez Sifontes e Elenis del Valle Rodríguez. Todos eles entraram nos últimos dias na residência diplomática.

Uma sexta pessoa, o dirigente nacional do partido social-cristão (Copei) da Venezuela, Roberto Enríquez, se encontra desde em abril nessa mesma situação.

Em julho, a oposição venezuelana aprovou as designações de novos magistrados para o Supremo, semanas depois de a procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz, tentar impugnar sem sucesso as nomeações dos 33 juízes que ocupam atualmente as cadeiras da corte, por supostas irregularidades no processo de eleição.

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Os juízes em exercício foram designados pelo parlamento quando este era de maioria chavista, num processo relâmpago concluído em poucos dias, logo após a vitória da oposição nas eleições legislativas de 2015.

Após a escolha dos 33 juízes pelo parlamento controlado pela oposição, o Supremo advertiu aos recém-indicados que estavam incorrendo em "crime de traição à pátria" contemplado pela Justiça Militar e pediu "medidas de coerção" contra todos os que participaram dos supostos delitos. / EFE

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