KUALA LUMPUR - A polícia da Malásia anunciou neste sábado, 18, a detenção um norte-coreano que estaria envolvido no assassinato de Kim Jong-nam, irmão do líder Kim Jong-un. O homem levava documentos que o identificavam como Ri Jong Chol, de 46 anos. Com essa prisão, chega a quatro o número de custodiados nas investigações do caso.
Além de Ri Jong, a polícia deteve a indonésia Siti Aishah, o namorado dela, o malaio Muhamad Farid Bin Jalaluddin, e a vietnamita Doan Thi Huong. A suspeita é que as mulheres tenham sido as executoras do crime, que ocorreu na segunda-feira, 13, no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur.
Enquanto seguem as investigações, médicos forenses malaios tentam esclarecer o espetacular homicídio Kim Jong-nam, que Seul atribui a agente norte-coreanos.
Os peritos analisaram na sexta-feira, 17, mostras de DNA extraídas do cadáver de Kim Jong-nam para poder determinar a substância tóxica com que ele foi atacado.
Na última hora de sexta, o embaixador norte-coreano na Malásia, Kang Chol, afirmou em coletiva de imprensa que seu país vai rechaçar os resultados da autópsia. "A Malásia a fez, sem nossa autorização e sim que nós participássemos", disse.
Ele disse ainda que vai reclamar "de forma firme" a restituição do corpo ao chefe da polícia malaia e que este havia negado.
Por sua vez, Kuala Lumpur advertiu que o corpo de Kim Jong-nam não será entregue a Pyongyang antes de concluir o processo de identificação do corpo.
Nascido em 1971, Kim Jong-nam era o filho primogênito do falecido ditador norte-coreano Kim Jong-il.
Conhecido por se pronunciar publicamente contra o controle dinástico de sua família sobre o governo do país, ele vivia na China. Em 2001, foi preso quando chegou ao Japão com um passaporte falso numa tentativa, supostamente, de visitar a Disney de Tóquio.
Um ex-agente de inteligência americano que monitorou por anos as atividades de Kim Jong-nam avaliou que ele era um potencial alvo do governo de seu país após o meio-irmão ter assumido o poder, em 2011, e conseguido se consolidar como novo líder supremo. / AFP