Manifestantes bloqueiam estações de trem na França

Estudantes bloquearam os trilhos de estações de trem em várias cidades do país no dia em que a polêmica lei trabalhista foi aprovada pelo Conselho Constitucional

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de dois mil estudantes pararam o trânsito e bloquearam estações ferroviárias por mais de duas horas nesta quinta-feira. Os manifestantes colocaram pedaços de madeira e outros objetos nos trilhos da estação Gare de Lyon, em Paris. A polícia usou escudos e gás lacrimogêneo para afastar os jovens, que se dispersaram sem violência, cantando "beijos, não socos!" Em Marselha, policiais também usaram gás lacrimogêneo para retirar cerca de 400 estudantes que bloquearam os trilhos em uma estação de trem. O tráfego nas cidades de Nantes, Rennes, Lille e Aix-en-Provence também foi bloqueado. Decisão do Conselho O Conselho Constitucional da França aprovou nesta quinta-feira o Contrato de Primeiro Emprego (CPE) para jovens promovido pelo primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, que provocou um conflito social no país. O presidente francês, Jacques Chirac, tem agora nove dias para promulgar a lei, que teve alguns pontos não relativos ao CPE censurados pelos membros do Conselho Constitucional. Em seu ditame, o Conselho Constitucional considerou que não havia motivos para emitir reservas sobre os dois pontos mais criticados do CPE: a duração do período de experiência e o fim da necessidade de justificar a demissão. Para os membros, o fato de o CPE atingir apenas os menores de 26 anos não quebra a igualdade entre jovens, porque "nenhuma regra de valor constitucional proíbe o legislador de tomar medidas a favor do emprego dos jovens". Sobre a demissão sem justificativa durante os dois primeiros anos do CPE, a máxima autoridade constitucional considerou que esta abrirá possibilidade de recorrer aos tribunais, que ficarão responsáveis por opinar em cada situação e sancionar eventuais abusos do direito. Chirac fará na sexta-feira um pronunciamento pela televisão às 20h, 15h de Brasília, para anunciar suas decisões.

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