Manifestantes mantêm ocupação de Bangcoc, mas sinalizam acordo

Opositores ainda discutem proposta de premiê para marcar eleições para o dia 14 de novembro

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BANGCOC - Os manifestantes da oposição na Tailândia recusaram-se nesta sexta-feira, 7, a deixar as ruas de Bangcoc, mas sinalizaram a possibilidade de um acordo nos próximos dias para encerrar a atual crise. Os confrontos nas ruas da capital já deixaram 27 mortos e mais de mil feridos, além de terem abalado a economia local. O primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva apresentou um plano para antecipar eleições e promover o diálogo, mas as facções rivais ainda discutem detalhes, especialmente a data da eleição - o governo sugere 14 de novembro. "Não estamos suspendendo os protestos por enquanto", disse Jaran Ditapichai após reunião com outros dirigentes do movimento. "Temos uma proposta para Abhisit e vamos conversar mais detalhadamente depois." O impasse paralisa o centro comercial da capital há quase dois meses, além de afugentar turistas e investidores. Os manifestantes ditos "camisas vermelhas" são em geral pobres de origem camponesa, seguidores do ex-premiê Thaksin Shinawatra, que dizem se opor à aristocracia monárquica e militar da capital. A Bolsa de Bangcoc caiu 2,1%, seguindo outros mercados asiáticos, preocupados com os problemas na zona do euro. O baht se manteve praticamente estável. Na quinta-feira, a Bolsa local havia tido alta de 4,4%, refletindo o otimismo com a proposta de Abhisit. "O acordo ainda não está fora da mesa. Ainda há mais complicações, mais conversas a esperar. Este impasse pode na verdade durar um tempo", disse Kiatkong Decho, estrategista da CIMB Securities. Abhisit propõe dissolver o Parlamento na segunda quinzena de setembro, para realizar eleições em novembro. Os manifestantes pleiteavam a dissolução imediata do Parlamento. "Estou esperando os líderes dizerem se estamos comemorando ou se vamos continuar lutando," disse o caminhoneiro Satien Wuttichai, 39 anos, há cerca de um mês no acampamento fortificado de Bangcoc. "Estou pronto para as duas coisas, mas esta espera é frustrante. Mas temos de ser pacientes", disse.

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