Manila reprime com violência protesto anti-EUA

Van da polícia atropelou centenas de pessoas que estavam diante da embaixada americana e agentes usaram gás lacrimogêneo para dispersar multidão

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Atualização:

MANILA - Uma van da polícia atropelou ontem centenas de pessoas que protestavam diante da embaixada dos EUA em Manila. Agentes também usaram gás lacrimogêneo e cassetetes para tentar dispersar centenas de pessoas que se reuniram em apoio ao presidente Rodrigo Duterte após ele dizer recentemente ‘que quer romper a aliança com os EUA.

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Vinte e três manifestantes foram presos, segundo policial encarregado da operação, Arsenio Riparip. “Tivemos de dispersá-los. Eles começaram, estavam tentando entrar na embaixada”, justificou-se. “Eles estavam em maior número que nossos policiais”, acrescentou.

O furgão da polícia avançou rápido pela multidão, atropelando vários manifestantes, segundo imagens da rede ABS CBN. Fotos postadas mostram um homem de cabelos grisalhos preso debaixo do carro.

Van da polícia atropela manifestantes diante da Embaixada dos EUA em Manila Foto: Rob Reyes/AFP

O chefe da polícia de Manila, Oscar Albayalde, confirmou que a patrulha atropelou manifestantes, mas insistiu que não foi culpa do motorista. “Eles não se afastaram. Os manifestantes tentaram impedir a passagem do carro, então o motorista acelerou e, inadvertidamente, atropelou algumas pessoas, que tiveram ferimentos menores”, alegou.

Uma dos líderes da manifestação, Amirah Lidasan, acusou a polícia de iniciar a violência. “Foi a polícia que atacou os manifestantes. Primeiro passaram com o carro por cima das pessoas, depois usaram gás lacrimogêneo e agrediram com golpes de cassetetes”, contou.

Apesar de Manila ser aliada dos EUA em termos de defesa, Duterte – eleito em maio com base em uma plataforma de tolerância zero em relação aos crimes – disse que quer que seu país se distancie de Washington. Ele já se dirigiu de forma indelicada ao presidente Barack Obama e ameaçou cortar laços com os americanos porque os EUA e denunciaram que milhares de pessoas foram mortas pela campanha antidrogas de Duterte. / AFP

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