May ganha concessão da UE e Parlamento vota acordo do Brexit

Premiê se reuniu com líderes da UE antes da crucial votação no Parlamento britânico

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Por Redação
Atualização:

LONDRES - A primeira-ministra britânica, Theresa May, obteve nesta segunda-feira garantias legais vinculantes sobre a saída do Reino Unido da União Europeia durante reunião em Estrasburgo, na França, com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Foi o último esforço da premiê para salvar o acordo do Brexit antes da votação marcada para esta terça-feira no Parlamento.

Premiê britânica, Theresa May Foto: Frederick FLORIN / AFP

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Em entrevista, May e Juncker anunciaram a criação de um instrumento legal que dá garantias às duas partes sobre a questão irlandesa, chamada de “backstop”. May afirmou que obteve o que exigia o Parlamento britânico. Ela garantiu que trabalhará para concluir as negociações sobre o futuro relacionamento com a UE até 2020, para que o backstop não entre em vigor. 

A oposição ao acordo do Brexit se concentrava no mecanismo idealizado para evitar o retorno de uma fronteira física entre a Irlanda – membro da UE – e a Irlanda do Norte, território britânico. A salvaguarda busca preservar o Acordo de paz de Sexta-Feira Santa, de 1998, que acabou com décadas de violência na região. O temor de grande parte dos críticas é de que o Reino Unido fique preso em uma união aduaneira com a UE que impeça o país de negociar acordos comerciais com outros governos. 

“Chegamos a um acordo que evita o ‘backstop’ nas Irlandas”, afirmou May. Ela garantiu que resultado das conversas desta segunda-feira em Estrasburgo equivale a uma “política de segurança” para garantir que não haverá nunca uma fronteira física entre as Irlandas. 

Juncker, por sua vez, declarou que o acordo alcançado ontem era o melhor possível e advertiu que não haverá novas negociações sobre ele. Em seguida, ele recomendou a aprovação do novo texto pelos demais 27 membros da UE, na cúpula do dia 21, em Bruxelas. 

Após a rejeição do texto pelos deputados britânicos, em janeiro, May prometeu renegociar com Bruxelas e reapresentar o acordo ao Parlamento. As negociações ficaram paralisadas por dias, mas nesta segunda-feira, após muita hesitação, May decidiu arriscar uma última cartada em Estrasburgo. 

Imediatamente após o anúncio desta segunda-feira, o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, criticou a premiê e disse que seus deputados votarão contra o novo acordo. Vince Cable, líder dos liberal-democratas, também disse que é contra o acordo. Alguns membros do Partido Conservador pediram que May adie por 24 horas a votação para que o novo texto seja analisado. / AFP, EFE e REUTERS

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