Meio-irmão de Bin Laden se diz chocado com ataques

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Yeslam bin Laden, um dos 53 meio-irmãos de Osama bin Laden, condena o terrorismo. Em uma carta enviada à AE em resposta a uma pedido de entrevista, Yeslam afirma que é contrário a "todos os ataques contra a liberdade e aos valores humanos" e se diz "chocado" pelos atos terroristas contra os Estados Unidos no mês passado. "Meus pensamentos estão com as vítimas, suas famílias e com o povo norte-americano", afirma Yeslam, que inicia sua carta com a frase: "Toda vida é sagrada!". Irmão de um dos homens mais procurados do mundo, Yeslam vive em Genebra desde 1973 e, segundo ele, não tem qualquer contato com Bin Laden desde 1981, quando o encontrou na Arábia Saudita. "Nem eu nem ninguém de minha família mantemos contato com Osama bin Laden", afirma. Sobre os atos terroristas de seu meio-irmão, Yeslam garante que somente foi informado pelos jornais. "Fiquei muito surpreso", afirma. Mesmo assim, as autoridades suíças investigam se existe alguma relação entre Yeslam e Osama bin Laden, principalmente no setor financeiro. Apesar da suposta falta de contato com o terrorista, o relacionamento de Yeslam com outros dois irmãos, com uma irmã e principalmente com sua mãe é freqüente. Tanto Yeslam como Osama são filhos do milionário saudita Mohamed bin Laden. Mas o morador de Genebra afirma que a fortuna de seu pai foi fruto de "trabalho e talento" no setor de construção civil. Yeslam explica que seu pai enviou seus filhos para estudar no exterior. "Somos uma família muito grande e, desde cedo, os rapazes foram estudar nos quatro cantos do mundo para obter uma cultura diferenciada em relação à nossa cultura de origem", diz. O irmão de Osama bin Laden conta que aos seis anos foi para um pensionato no Líbano. Yeslam seguiu então para a Suécia e Estados Unidos, onde concluiu seu curso de economia. Atualmente com 51 anos, o saudita é casado com uma suíça e é dono da empresa financeira Saudi Investment Company. Yeslam ainda apóia eventos culturais, como o Festival de Cinema de Genebra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.