DAMASCO - Mais de 200 membros do partido governista sírio Baath anunciaram nesta quarta-feira, 27, uma demissão coletiva, em protesto contra a repressão violenta do governo contra manifestantes durante um protesto em Deraa, no sul do país.
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Em um comunicado conjunto, os políticos criticaram "a postura negativa tomada pelo partido Baath nos eventos na Síria, particularmente em Deraa" e disseram que a decisão foi tomada também "pelas dezenas de pessoas que foram mortas e pelas milhares que foram feridas nas mãos das forças de segurança".
O correspondente da BBC no Líbano, Jim Muir, disse que os 203 políticos não eram do alto escalão do partido, mas sim representantes locais. "Ainda assim, é uma medida significativa. Essa renúncia pública é um sinal claro de rompimento com o regime e mostram que algumas áreas estão saindo do controle de Damasco", afirmou Muir. O Conselho de Segurança das Nações Unidas não conseguiu aprovar um documento condenando a violência do governo sírio, como queriam a União Europeia e os Estados Unidos. A Rússia advertiu os países ocidentais, afirmando que qualquer interferência no país seria uma ameaça à estabilidade regional. Confrontos Mais cedo, tanques do Exército entraram na cidade de Deraa para reforçar a presença militar na cidade. Os confrontos teriam se intensificado na terça-feira, após a chegada de soldados e tanques e há relatos de que a cidade está cercada. Os conflitos no país começaram justamente em Deraa, no começo de março, e rapidamente se espalharam pelo país. Centenas de pessoas já foram mortas durante os protestos. As manifestações são a mais grave ameaça enfrentada pelo governo de Bashar al-Assad desde que ele substituiu seu pai, Hafez, há 11 anos. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, já havia condenado o uso de tanques e munição pelo governo da Síria para conter manifestantes.
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