Mídia foi injusta com Flynn, diz Trump sobre conselheiro demitido 

Ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional perdeu o cargo depois da revelação de que ele discutiu sanções americanas contra a Rússia com o embaixador do país em Washington

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Por Cláudia Trevisan , Correspondente e Washington
Atualização:

Dois dias depois de demiti-lo sob o argumento de perda de confiança, o presidente Donald Trump defendeu ontem o ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca e disse que ele é uma vítima do vazamento de documentos sigilosos para a imprensa. “Michael Flynn, general Flynn, é um homem maravilhoso e eu acho que ele tem sido tratado de maneira muito injusta pela mídia”, declarou Trump em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 15.

Michael Flynn (E) e Donald Trump na base aérea de MacDill, Flórida Foto: AFP PHOTO / MANDEL NGAN

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O presidente ressaltou que a entrega de informações confidenciais para a imprensa é um “ato criminoso”. Flynn perdeu o cargo depois da revelação de que ele discutiu sanções americanas contra a Rússia com o embaixador do país em Washington em dezembro, antes da posse de Trump. Segundo a Casa Branca, ele foi demitido por ter omitido a informação em relato da conversa feito ao vice-presidente, Mike Pence. 

No dia 26 de janeiro, o Departamento de Justiça comunicou a Casa Branca que Flynn poderia ser alvo de chantagem da Rússia por ter mentido sobre o teor do telefonema com o embaixador. O porta-voz de Trump, Sean Spicer, disse que o presidente foi informado da preocupação de maneira imediata. Ainda assim, Flynn continuou a participar dos encontros diários do Conselho de Segurança Nacional, onde informações confidenciais são discutidas.

Durante a entrevista, Trump disse que a divulgação de informações têm o objetivo de “encobrir a derrota terrível que os democratas tiveram sob Hillary Clinton”. A atuação de Flynn foi monitorada como parte de investigação do FBI sobre as ações da Rússia de influenciar a eleição presidencial americana com o objetivo de favorecer o republicano.

De acordo com reportagem do New York Times, agências de inteligência dos EUA interceptaram comunicações de vários assessores de Trump com integrantes dos serviços de inteligência russo no ano passado, quando investigavam o ataque de hackers contra integrantes do Partido Democrata – ação que atribuíram à Rússia. 

Antes da entrevista, o presidente usou o Twitter para dizer que reportagens sobre a conexão de integrantes de seu governo com a Rússia são "absurdas" e representam uma tentativa de encobrir os erros cometidos pela campanha de Hillary. 

Trump também disse que o "verdadeiro escândalo" é o fato de que informações confidenciais estão sendo entregues de maneira ilegal para jornais como o New York Times e Washington Post. "A mídia de notícias falsas está enlouquecendo com suas teorias conspiratórias e ódio cego", escreveu.

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Em outro post, ele atacou o ex-presidente Barack Obama, em uma aparente tentativa de refutar as acusações de que é simpático a Moscou. "A Crimeia foi TOMADA pela Rússia durante a administração Obama. Obama era muito brando com a Rússia?"

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