Militantes matam quatro trabalhadores de vacina contra pólio no Paquistão

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Por GUL YOUSAFZAI
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Atiradores mataram três trabalhadoras de uma campanha de vacinação contra o pólio no Paquistão e seu motorista nesta quarta-feira, informou a polícia, no atentado mais grave contra agentes de saúde em dois anos. As equipes que atuam no Paquistão para imunizar crianças contra a doença são vítimas frequentes de militantes do Taliban, que dizem que a campanha é um disfarce para espiões ocidentais ou acusam os agentes de distribuir vacinas concebidas para esterilizar as crianças. As mulheres foram atacadas quando iam se encontrar com uma escolta da polícia, disse o policial Asad Raza, da cidade de Quetta, no sudoeste do país. “Dois homens em uma motocicleta interceptaram a van e atiraram nos ocupantes usando uma arma”, disse. Os casos de poliomielite neste ano no Paquistão chegaram a 265, maior cifra em 15 anos. A doença, que pode matar ou paralisar uma criança horas após a infecção, havia sido erradicada no mundo todo, com exceção da Nigéria e do Afeganistão. Uma razão do aumento nos casos paquistaneses é a campanha militar no Waziristão do Norte, região inóspita na fronteira afegã, que obrigou um grande número de crianças não vacinadas e fugir de suas casas e se deslocar pelo país em junho. Um organismo de monitoramento internacional também culpou o governo do Paquistão em um relatório no mês passado. Os vacinadores raramente recebem seus salários, e as equipes de proteção da polícia muitas vezes chegam tarde, quando chegam. A complacência do governo foi “desastrosa”, afirmou o relatório, alertando que o país arrisca reinfectar o resto do mundo. O Paquistão já exportou o vírus para Síria, China, Israel e Egito. (Reportagem adicional de Syed Raza Hassan)

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