Militar diz que soldados da Ucrânia voltaram da Rússia

Soldados se refugiaram em região russa devido a falta de munição, segundo autoridades ucranianas

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Atualização:

Cerca de 200 soldados ucranianos que buscaram refúgio do lado russo da fronteira após dias de pesados confrontos, que os deixaram sem munição, voltaram para a Ucrânia na manhã desta terça-feira, disse o coronel Andriy Lysenko, porta-voz do Exército ucraniano. Continuam as negociações para o retorno de mais militares. Lysenko também acusou a Rússia de mover mais unidades militares para perto da fronteira e de realizar exercícios que, segundo o militar, são "provocativos". Os Estados Unidos expressaram, nos últimos dias, preocupações sobre o que disseram ser a crescente quantidade de forças russas ao longo da fronteira. Moscou não havia feito comentários a respeito das últimas acusações, mas no passado afirmou que a reunião de tropas na região tinha como objetivo garantir a segurança. A entrada de centenas de soldados ucranianos em território russo foi um recuo simbólico para Kiev, que enfrenta um progresso lento em sua luta contra insurgentes pró-Rússia na região de fronteira.

Refúgio de soldados ucranianos na Rússia representa recuo simbólico para Kiev Foto: AFP PHOTO/ANATOLII STEPANOV

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Oficiais do Exército ucraniano e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) descreveram a medida como uma decisão tática. Mas a mídia russa, que deu bastante importância ao incidente, descreve os soldados como cansados e relutantes de lutar após serem abandonados por seus comandantes.

Lysenko disse que o comandante da 72ª brigada havia ordenado seus homens a baixar as armas e buscar refúgio no posto de fronteira russo de Gukovo porque a unidade havia sido separada as outras forças ucranianas e poderia ser destruída.

A OSCE, que monitora a missão no posto de fronteira, disse que o comandante ucraniano primeiro entrou em contado com o chefe da missão em 1º de agosto para ajudar a negociar a passagem segura pela Rússia, de volta a outra parte da Ucrânia, porque cerca de 600 homens de sua unidade estavam "cercados por separatistas e deixados sem munição, combustível e comida".

A OSCE chegou a um acordo com o comandante do posto de fronteira russo para permitir que a tropas entrassem na Rússia e voltassem à Ucrânia mais tarde, por meio de uma passagem segura.

Os primeiro grupo de 12 soldados ucranianos foi encontrado em 2 de agosto, informou a OSCE, e voltou para a Ucrânia. Outros 437 militares cruzaram a fronteira de volta para seu país nas primeiras horas de segunda-feira.

Outros 192 foram enviados para Ucrânia na noite de segunda-feira e os demais devem viajar nesta terça-feira. Nenhum dos ucranianos pediu asilo, afirmou a OSCE.

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Autoridades ucranianas não forneceram o número total de soldados que cruzaram a fronteira, mas disse que na noite de segunda-feira 311 ainda estavam do lado russo.

Autoridades russas disseram que 438 militares ucranianos, dentre eles guardas de fronteira, entraram na Rússia. Grupos menores de soldados ucranianos, alguns feridos, buscaram refúgio na Rússia no mês passado e alguns voltaram para a Ucrânia. Fonte: Dow Jones Newswires.

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