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Militares sabiam da fuga de senador boliviano

A operação teria sido infomada aos escalões superiores das Forças Armadas do Brasil e do Ministério da Defesa do País

Por Atualizado em 27.08 e às 09h05
Atualização:

A operação de fuga da Bolívia do senador de oposição Roger Pinto foi informada aos escalões superiores das Forças Armadas do Brasil e do Ministério da Defesa do País. O ministro Celso Amorim, porém, comunicou ao Palácio do Planalto que também foi surpreendido pela ação, a exemplo do ex-ministro das Relações Exteriores brasileiro Antonio Patriota, demitido nessa segunda-feira, 26.

 

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Apesar de o ministro da Defesa ter dito que ignorava o que estava ocorrendo - e, por tradição, os integrantes das Forças Armadas nas embaixadas serem subordinados aos diplomatas -, por doutrina, os militares costumam sempre informar aos seus superiores hierárquicos da cadeia de comando a respeito do que sabem e do que veem nas missões onde atuam. E transmitem as informações quando entendem que devam ser relatadas. Assim ocorreu no caso do senador fugitivo.

 

Os dois fuzileiros navais que foram destacados para a operação de transporte de Pinto para a fronteira, assim como os adidos militares que trabalham na Embaixada do Brasil em La Paz, informaram aos seus superiores hierárquicos no País sobre a movimentação em andamento. A informação chegou ao comando das Forças Armadas, segundo apurou o Estado. Os adidos, porém, foram orientados a não tomar nenhuma iniciativa.

 

Questionado pela reportagem, o Comando da Marinha não respondeu se foi informado sobre a operação. Limitou-se a "esclarecer" que "os referidos militares integram o Destacamento de Segurança da Embaixada (DstSEB) do Brasil em La Paz." Explicou ainda que os destacamentos têm "a finalidade de prover a segurança pessoal dos chefes de missões, dos funcionários diplomáticos e administrativos, da residência oficial e da chancelaria das embaixadas brasileiras".

 

Por fim, acrescentou que, "nesse contexto, cabe ressaltar que a participação dos militares da MB limitou-se, exclusivamente, ao provimento da segurança individual de um diplomata brasileiro durante o seu deslocamento rodoviário".

 

O chefe do Estado-Maior da Defesa, general José Carlos de Nardi, por sua vez, disse que não foi informado pelo adido de Defesa da embaixada na Bolívia, hierarquicamente a ele subordinado, de que seria realizada a operação de transferência do senador. Mesmo com a negativa do Ministério da Defesa, a notícia de que havia uma preparação chegou aos respectivos comandos militares.

 

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