Mineiros bolivianos desfazem bloqueios após morte de vice-ministro

Manifestantes impediam o trânsito em uma estrada que liga a cidade de Panduro à capital La Paz depois de vice-ministro do Interior, Rodolfo Illanes, ser espancado até a morte; manifestantes dizem que 3 trabalhadores foram mortos em confrontos com a polícia

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LA PAZ - Mineiros bolivianos retiraram nesta sexta-feira, 26, o bloqueio a uma estrada onde protestos violentos ocorreram nesta semana, um dia após um vice-ministro do governo ser espancado até a morte.

O vice-ministro do Interior, Rodolfo Illanes, de 56 anos, foi morto na quinta-feira após ser feito refém por trabalhadores que bloquearam uma rodovia em Panduro, a cerca de 160 quilômetros da capital La Paz. Autoridades disseram que ele morreu devido a golpes na cabeça. O presidente boliviano, Evo Morales, decretou três dias de luto e disse que o povo vive "profunda dor" pelas mortes nos protestos.

Mineiros da cidade de Panduro, na Bolívia, entraram em confronto com policiais durante protesto Foto: AP Photo/Juan Karita

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Os mineiros entraram em confronto com a polícia, que tentou dispersar o grupo e resultou em 17 agentes da segurança feridos e, segundo representantes dos mineiros, três trabalhadores mortos por disparos das autoridades. 

Os trabalhadores pediam por mais concessões de mineração com regras ambientais menos rigorosas. "Nossos recursos naturais pertencem ao povo, e é por isso que chamo nosso irmão Illanes de herói na defesa de nossos recursos naturais", disse Morales à mídia local.

Illanes havia viajado para Panduro para negociar com os mineiros. Seu corpo foi encontrado ao lado da rodovia que liga Laz Paz com a cidade de Oruru, enrolado em um cobertor, disse o procurador responsável pela investigação, Edwin Blanco. "A causa da morte foi basicamente sangramento no cérebro. Costelas também foram quebradas", disse Blanco a repórteres.

Morales afirmou que os protestos e a morte de Illanes parecem fazer parte de uma "conspiração política, e não uma reivindicação legítima social" na demanda feita pelos mineiros. / REUTERS

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