CARACAS - O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, condenou na quarta-feira 5 o ataque à Assembleia Nacional realizado por um grupo armado de simpatizantes do chavismo, que feriram deputados da oposição e cercaram a sede do Legislativo por mais de sete horas, impedindo a saída de quem estava no local.
"Condenamos a violência em qualquer das suas formas, independente de onde ela venha. Os fatos ocorridos hoje (quarta-feira) na Assembleia Nacional são inaceitáveis", escreveu Padrino em sua conta no Twitter.
O ministro elogiou o presidente do país, Nicolás Maduro, por ter condenado anteriormente a violência no Parlamento. "Como estadista e líder político, ele repudiou de maneira imediata esses fatos de violência", disse.
Além disso, ele também pediu que a oposição siga o exemplo do presidente e expresse sua repulsa quando bases militares e centros de saúde, educação e de alimentação forem atacados.
Padrino acusou os opositores de terem cometidos "atos terroristas", utilizando menores de idade, durante a onda de protestos contra o governo. A reação do ministro ocorre depois de os deputados opositores terem responsabilizado o governo pelo ataque e acusado a Guarda Nacional Bolivariana, que deveria proteger a Assembleia Nacional, de ter facilitado o acesso dos manifestantes à sede do Legislativo.
Reação internacional
Os EUA também condenaram o "inaceitável ataque" de simpatizantes do chavismo. Em nota, o Departamento de Estado americano pediu a Maduro que forneça "imediata proteção" à Assembleia Nacional e "leve os responsáveis à Justiça".
"Essa violência, perpetrada durante a comemoração da independência da Venezuela, é um ataque aos princípios democráticos protegidos por homens e mulheres que lutaram por ela", indicou o comunicado do Departamento de Estado.
Os EUA também pediram a todas as partes na Venezuela que se abstenham da violência. Por fim, a diplomacia americana condenou o que considera um "crescente autoritarismo" do governo chavista e convidou o presidente do país a "cumprir com os compromissos" firmados no diálogo com a oposição mediado pelo Vaticano.
"A Venezuela deve realizar eleições livres, justas e críveis de imediato, respeitar a Constituição e a Assembleia Nacional, libertar imediata e incondicionalmente todos os políticos presos e atender às necessidades humanitárias do povo venezuelano", indicou a nota.
O governo dos EUA condenou ainda a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, promovida por Maduro, que, segundo o Departamento de Estado, tem como objetivo "minar" as instituições democráticas da Venezuela. / AFP e EFE