Gideon Ezra, o ministro do Meio Ambiente de Israel, aconselhou nesta terça-feira, 18, o primeiro-ministro Ehud Olmert a libertar o popular dirigente palestino Marwan Barghouti. A liberdade de Barghouti seria uma mostra de apoio ao novo governo palestino e ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. "É preciso ajudar Abbas com líderes que tenham a capacidade de dirigir o povo palestino, e não deixar que ele fique nas mãos daqueles que fracassaram em Gaza", declarou Ezra à rádio pública israelense. Barghouti, de 49 anos e ex-secretário-geral do Fatah na Cisjordânia, foi detido por Israel em 2002, acusado de ser um dos chefes das Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, milícia ligada ao movimento nacionalista. No entanto, ele cumpre pena de cinco prisões perpétuas pelo assassinato de cinco pessoas. Ele foi julgado e culpado em um tribunal de Tel Aviv. O ex-subchefe do serviço secreto Shabak, Ezra, defende que vários presos palestinos "que tinham sangue nas mãos desde o início do processo de Oslo" foram libertados por Israel. A partir disso, Barghouti pode ser o próximo. Apesar de estar preso, Barghouti participa ativamente dos principais processos políticos da ANP. Seus conselhos e decisões são seguidos fielmente pela população e pelos militantes do Fatah. Em mensagem enviada na segunda-feira, 18, de sua cela, o carismático dirigente palestino anunciou seu apoio ao presidente Abbas e à sua decisão de declarar o estado de exceção e constituir um Governo de emergência. O líder preso considerou a tomada de Gaza pelo Hamas como "um golpe militar", prejudicial "à unidade e à causa palestina". Pela adesão às suas decisões e posturas políticas moderadas, Israel autoriza o líder palestino a entrar em contato com o exterior quase em absoluta liberdade. Nas crises, ele teve acesso até mesmo ao escritório do diretor da prisão, para falar por telefone com outros dirigentes.