Ministros da Unasul tentam construir 'doutrina de paz'

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Por AE-AP
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Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) iniciaram hoje uma reunião com a meta de avançar na construção de uma "doutrina de paz". Recentemente, algumas nações da região têm vivido em clima de tensão. O ministro das Relações Exteriores equatoriano, Fander Falconí, disse ter certeza de que a reunião será "frutífera". O Equador detém a presidência rotativa da Unasul.Falconí disse também que serão analisados três pontos no encontro. Haverá uma análise da situação regional, a discussão da proposta peruana para se fazer um "estatuto de paz e também de segurança mútua através dos gastos militares" e o estudo de outras "medidas de confiança e segurança".A Unasul é formada por Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Sobre a recente tensão entre Chile e Peru, os chilenos rechaçaram a intervenção da Unasul no caso, por se tratar de uma questão bilateral. O presidente peruano, Alan García, denunciou recentemente um suposto caso de espionagem para o Chile envolvendo um suboficial peruano.ColômbiaO encontro não terá os ministros da Colômbia. Bogotá anunciou de última hora que o chanceler Jaime Bermúdez e o ministro da Defesa Gabriel Silva não participariam. No lugar deles, foi enviada uma "delegação técnica" das pastas. O país tem sido alvo de críticas por fechar um acordo militar com os Estados Unidos, permitindo a presença de tropas norte-americanas em bases militares no território colombiano.O comunicado da Colômbia anunciando a ausência dos ministros apontava que a recente escalada verbal contra o país "não permitem prever" que a reunião ocorra "em um tom de respeito, objetividade e equilíbrio temático que este foro exige". A Colômbia parecia aludir ao tom das críticas que a Venezuela fez ao convênio de cooperação militar firmado em outubro entre Bogotá e Washington, para que tropas norte-americanas operem em bases colombianas.O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou o acordo como uma ameaça. Chávez chegou a mencionar a possibilidade de uma "guerra". O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, antecipou que apresentará "provas" relacionadas ao convênio entre Colômbia e EUA durante o encontro.

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