Morales demite ministro e chefe de polícia após fuga de empresário peruano

Martín Belaúnde deveria ser extraditado para Lima a fim de responder a um processo na Justiça do país vizinho

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LA PAZ - O presidente da Bolívia, Evo Morales, destituiu nesta terça-feira, 26, seu ministro de Governo, Hugo Moldiz, e o chefe da Polícia, Luis Cerruto, dois dias após a fuga do empresário peruano Martín Belaúnde, que deveria ser extraditado para Lima a fim de responder a um processo na Justiça do país vizinho. "Não é possível que não se possa encontrar os responsáveis pela fuga", afirmou Morales. "Lamento que maus policiais tenham provocado cooperativamente um fato que pretende ser usado para prejudicar a imagem do governo", afirmou o ministro demitido, que ficou apenas quatro meses no posto.

O presidente da Bolívia, Evo Morales 

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O senador Carlos Romero, que foi ministro de Governo até quase um ano atrás, foi designado novamente para o cargo. Ele disse que serão reforçadas as buscas pelo empresário peruano. O ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca, disse que a Bolívia esperava apenas a data e a hora da extradição, que ainda não havia sido enviada pelo Peru. O novo comandante da polícia é o general Édgar Ramiro Téllez, que substitui Cerruto.

Ex-assessor do presidente Ollanta Humala, Belaúnde é investigado por peculato, lavagem de dinheiro e associação ilícita. Ele estava em prisão domiciliar, com vigilância pessoal na casa de um familiar em um bairro no sudoeste de La Paz. Fugiu na madrugada do domingo, horas antes de ser deportado, após o Conselho Nacional do Refugiado rechaçar seu pedido de refúgio político e o Tribunal Supremo de Justiça aprovar a extradição.

Mais de dez pessoas, entre elas os quatro policiais encarregados da custódia e de parentes do empresário, foram detidos e são investigados. A polícia é uma das instituições mais questionadas e com menor credibilidade na Bolívia e até agora nenhum governo conseguiu reformá-la com sucesso. / ASSOCIATED PRESS

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