Morre Rafael Caldera, ex-presidente da Venezuela

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Por AE-AP
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O ex-presidente da Venezuela Rafael Antonio Caldera, considerado um dos fundadores da democracia venezuelana após décadas de ditadura, morreu em Caracas, capital do país, na madrugada desta quinta-feira (horário local), aos 93 anos. O anúncio do falecimento foi feito por seu filho, Andres Caldera, ao canal Globovision. Ele não especificou a causa da morte e disse que os parentes do ex-presidente não querem que o governo Hugo Chávez preste qualquer homenagem.Nascido em 1916 no Estado de Yaracuy, no noroeste da Venezuela, Rafael Caldera obteve um diploma em Ciências Políticas na Universidade Central da Venezuela, entrou na política na década de 1930 e fundou o partido Copei em 1946. Ele foi um dos três signatários do Pacto de Punto Fijo, que implementou eleições democráticas no país após a queda do ditador Marcos Pérez Jimenez em 1958. O acordo permitiu que o Copei e o partido Ação Democrática, de Romulo Betancourt, dividissem o poder na Venezuela por aproximadamente 40 anos.Caldera foi presidente de 1969 a 1974 e de 1994 a 1999. Durante o primeiro mandato, ele eliminou os movimentos remanescentes de guerrilhas de esquerda do país concedendo uma anistia a esses grupos. O período também foi marcado por um gasto significativo das receitas obtidas com petróleo em obras públicas e por um aumento na burocracia.No segundo mandato, Caldera conduziu a Venezuela por um período relativamente tranquilo, que sucedeu duas tentativas frustradas de golpes militares em 1992 e o impeachment do presidente Carlos Andrés Pérez por acusações de corrupção em 1993. Apesar disso, ele teve de enfrentar a pior crise bancária da história venezuelana, durante a qual mais da metade dos bancos do país foi à falência. Caldera decretou a imposição de controles sobre o câmbio e os preços para dominar a crise.Em 1994, Caldera perdoou e ordenou que o atual presidente venezuelano, Hugo Chávez, fosse libertado da prisão. Chávez cumpria pena por ter liderado o primeiro golpe militar de 1992. A anistia abriu caminho para que Chávez vencesse a eleição em 1998 e sucedesse Caldera.

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