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Moscou pede que potências busquem consenso sobre Irã

Chefe da diplomacia russa diz que situação não deve ser usada com o objetivo de "obter lucro político para um ou outro país"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, reconheceu nesta sexta-feira que a situação gerada pelo impasse relativo às discussões em torno do programa nuclear iraniano é crítica, por isso pediu que União Européia (UE), Estados Unidos e China busquem um consenso. "A situação é crítica, em parte por causa da postura do Irã, que nós não aprovamos", afirmou Lavrov a um canal da televisão pública russo. Lavrov acrescentou, no entanto, que "não devemos recorrer ao Conselho de Segurança (da ONU) e começar a fazer ameaças" contra o regime iraniano, a quem os Estados Unidos acusam de ter urânio suficiente para fabricar "dez armas atômicas". O chefe da diplomacia russa convocou as grandes potências a "encontrarem um novo consenso" sobre o qual atuarão no futuro. "A Rússia está aberta a isso, assim como a tríade européia (Alemanha, Reino Unido e França) e a China. Mohammed El Baradei (o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA), também está disposto a nos ajudar", disse. "Tenho certeza de que os Estados Unidos devem e tomarão parte deste consenso", acrescentou o ministro russo, que também chamou de incoerentes alguns dos envolvidos nas negociações com o Irã. Lavrov lembrou que estes países ainda não têm uma postura comum sobre as decisões que serão tomadas na sessão do Conselho de Segurança da ONU, que debaterá o "dossiê iraniano". "Devemos falar sobre a estratégia mais eficaz para alcançar o objetivo primordial e defender o regime de não-proliferação nuclear, em vez de aproveitar a situação para obter lucro político para um ou outro país em sua relação com o Irã", disse. Lavrov ainda alertou que a ONU não tem um quadro de analistas para enfrentar profissionalmente este assunto e traçar uma linha firme. "O Conselho de Segurança não deve assumir o papel principal de determinar a existência ou ausência de riscos reais, e não inventados, de violação do regime de não-proliferação", defendeu. Apesar do dossiê iraniano já ter sido formalmente enviado pela AIEA ao Conselho de Segurança da ONU, o Irã insiste em seu direito de ter um programa nuclear civil.

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