MP do Panamá faz diligências em casas dos sócios da Mossack Fonseca

Promotores apreenderam documentos para ajudar na investigação do caso Odebrecht; trabalhadores protestaram nesta sexta

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Atualização:

CIDADE DO PANAMÁ - Promotores apreenderam nesta sexta-feira, 10, documentos e computadores das residências dos sócios do escritório de advocacia Mossack Fonseca, acusado de lavagem de dinheiro, como parte das investigações locais do esquema de propina comandado pela construtora brasileira Odebrecht.

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Veículos e funcionários do Ministério Público chegaram na tarde de sexta às residências de Ramón Fonseca Mora, ex-ministro conselheiro do presidente Juan Carlos Varela, e de Jurgen Mossack. Os dois advogados estão detidos preventivamente na Cidade do Panamá desde quinta-feira, 9, quando foram interrogados por procuradores.

Era esperado que o interrogatório continuasse nesta sexta-feira, uma vez que ambos passaram a noite na polícia, porém o Ministério Público suspendeu os depoimentos enquanto eram realizadas as diligências nas casas dos advogados.

Em frente à sede da procuradoria-geral do país, sindicalistas e trabalhadores de obras que a Odebrecht administra no Panamá fizeram uma manifestação. Eles pediam a investigação completa do caso e a responsabilização dos acusados.

Sindicalistas e funcionários de obras da Odebrecht protestam em frente à procuradoria-geral do Panamá Foto: Arnulfo Franco/AP

O MP acusa a Mossack Fonseca de ter feito instruções à sua filial no Brasil para ocultar documentos ou evidências de dinheiro provenientes de propinas. No entanto, a firma panamenha defende que o escritório brasileiro tinha gestão independente.

A defesa dos advogados entrou com pedido de liberdade, mas a justiça panamenha ainda não autorizou

Nesta quinta, ao ser interrogado por promotores, Fonseca disse que ele é um "bode expiatório" para distrair a atenção e não se investigar a fundo os subornos da Odebrecht no país. Ele afirmou ainda que o presidente Varela garantiu a ele que recebeu recursos da empreiteira brasileira.

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Por sua vez, Varela divulgou nesta sexta-feira a lista completa de doadores de sua campanha presidencial de 2014, que arrecadou US$ 9,73 milhões. No documento constam doações de bancos, empresas telefônicas e da própria Mossack Fonseca. Não há nenhuma menção à Odebrecht. Há a suspeita, porém, que o escritório de advocacia tenha sido usado como intermédio de propinas. / AP e EFE

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