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MP do Peru abre investigação preliminar contra Keiko Fujimori por caso Odebrecht

Investigações já levaram à prisão do ex-presidente Ollanta Humala e atinge outros políticos do país, entre líderes políticos e líderes da oposição

Atualização:

LIMA - O Ministério Público do Peru abriu nesta terça-feira, 29, uma investigação preliminar contra Keiko Fujimori, líder do Fuerza Popular, principal partido de oposição do país e filha do ex-presidente Alberto Fujimori. 

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O inquérito deve durar oito meses e Keiko deve ser interrogada pelo promotor público Germán Juárez – o mesmo que pediu a prisão preventiva do ex-presidente Ollanta Humala. Keiko é suspeita de receber doações irregulares da construtora Odebrecht na campanha eleitoral de 2011. 

No conteúdo das delações de Marcelo Odebrecht repassados à Justiça peruana foi encontrada uma anotação do empresário que dizia “Aumentar Keiko a 500 e eu fazer a visita”, que os promotores acreditam se referir a propina. 

Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori Foto: AFP PHOTO/CRIS BOURONCLE

Keiko negou as acusações. Ela afirmou no Twitter que as acusações fazem parte de uma campanha de desprestígio e diz não conhecer Marcelo Odebrecht. "Com o pedido de informação da Procuradoria ao Brasil se confirmará que nunca recebemos dinheiro da Odebrecht", escreveu na quinta-feira 10 Keiko, duas vezes candidata, e cujo partido atualmente tem maioria no Congresso. Seu pai, Alberto Fujimori, cumpre condenação por crimes de corrupção e contra os direitos humanos.

A Odebrecht admite que realizou no Peru pagamentos ilícitos de US$ 29 milhões entre 2005 e 2014, durante os governos de Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala.

Toledo, que o Peru tenta extraditar dos Estados Unidos, nega a acusação de ter recebido US$ 20 milhões para favorecer a Odebrecht com a construção de uma rodovia que une o Peru e o Brasil. Nessa época, o atual presidente, Pedro Pablo Kuczynski, era seu primeiro-ministro.

Humala e sua mulher estão em prisão preventiva acusados de lavagem de dinheiro e ter recebido US$ 3 milhões da Odebrecht para sua campanha presidencial de 2011. Eles negam.

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Em nota, a empreiteira afirma que está colaborando para esclarecer todos os fatos relativos aos casos de corrupção envolvendo seus ex-executivos. “A Odebrecht entende que é de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos. A empresa está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador e Panamá, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas.”

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