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MP peruano aperta cerco a presidente por elo com Odebrecht

Construtora reconheceu ter pago US$ 5 milhões a empresas ligadas a Pedro Pablo Kuczynski em 9 anos; líder promete explicar vínculos

Atualização:

LIMA - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK, foi convocado nesta quinta-feira, 14, pela Promotoria de seu país para prestar depoimento na investigação sobre corrupção que envolve a empreiteira brasileira Odebrecht a empresas ligadas ao líder. O depoimento de PPK está previsto para ocorrer no palácio do governo, em Lima, no dia 21.

Presidente Pedro Pablo Kuczynski, eleito em junho de 2016, renunciou antes de sofrer impeachment por elo com caso Odebrecht Foto: Jorge Silva/Pool photo via AP

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Após a construtora ter reconhecido à comissão parlamentar que investiga o caso que pagou quase US$ 5 milhões a empresas ligadas ao presidente, entre 2004 e 2013, o partido opositor que controla o Congresso do país pediu a renúncia do chefe do Executivo, alegando que há “provas concretas de atos de corrupção” por parte do líder. 

Durante o período em que a Odebrecht recebeu assessoria da Westfield Capital, empresa que segundo o jornal peruano El Comercio “está vinculada ao chefe de Estado, segundo sua própria declaração de renda”, Kuczynski atuou como ministro de Economia e chefe do Conselho de Ministros do presidente Alejandro Toledo (2001-2006) – para quem a construtora brasileira admitiu ter pagado US$ 20 milhões em troca da concessão de uma estrada. 

PPK – que, em novembro, negou veementemente ter qualquer vínculo profissional ou político com a Odebrecht – propôs receber a comissão o parlamentar que investiga o caso da Lava Jato no país na próxima sexta-feira, para esclarecer seus supostos vínculos com a construtora. 

Segundo El Comercio, a legisladora fujimorista Rosa Bartra, relatora da comissão, declarou que a Odebrecht revelou ter realizado sete pagamentos à Westfield Capital entre 2004 e 2007, de US$782.207. De acordo com o jornal, em 7 de dezembro de 2007, a Westfield Capital repassou US$ 380.047,48 à conta de PPK, pelo Banco de Crédito do Peru. 

“É evidente que sua permanência no máximo cargo do país é insustentável”, afirmou o congressista Daniel Salaverry, porta-voz da bancada do partido Força Popular, fujimorista. Partidos de esquerda também exigiram a destituição do presidente. Como PPK não cumpriu ainda a metade de seu mandato de cinco anos, que vai até julho de 2021, se o líder deixar vago o cargo, novas eleições para presidente poderão ser convocadas no ano que vem.

Envolvida em escândalos de corrupção em países latino-americanos, a Odebrecht admite que desembolsou US$ 29 milhões em subornos para obter contratos públicos no Peru, entre 2005 e 2014. / AFP, EFE e AP

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