MP quer indiciar chefe policial da Venezuela

Furelos, de município opositor, é acusado de ‘envolver chavistas em ato de violência’

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Por Felipe CorazzaCARACAS
Atualização:

O Ministério Público da Venezuela pediu ontem o indiciamento do chefe de polícia do município de Sucre, parte da Grande Caracas, Manuel Furelos. Preso desde a quarta-feira, Furelos é acusado de participação em uma conspiração para envolver integrantes da campanha eleitoral de um candidato chavista em um ato de violência.

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Desde a prisão do chefe de polícia, o Ministério do Interior, Justiça e Paz da Venezuela determinou o aquartelamento de todos os policiais do município. A segurança nas ruas foi assumida pela Guarda Nacional Bolivariana e pelos militares de batalhões da capital.

No domingo, os venezuelanos votarão para escolher 167 deputados da Assembleia Nacional, sede do Legislativo unicameral do país. A detenção de Furelos pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) foi qualificada como “política” pelo prefeito de Sucre, Carlos Ocariz, opositor do chavismo.

Ocariz declarou que a decisão foi tomada como represália a suas críticas constantes ao presidente Nicolás Maduro. A justificativa oficial para a ordem dada ao Sebin é a de que o chefe da polícia estaria envolvido em uma ameaça feita no dia 22 contra um candidato a deputado da própria coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), de oposição.

Disparos. Durante uma carreata de Miguel Pizarro, do partido Primeiro Justiça, homens armados e vestidos com roupas vermelhas teriam feito disparos para o alto e ameaças. Pizarro acusou o chavismo de organizar o ataque.

O candidato governista que concorre com ele no mesmo circuito eleitoral, no entanto, afirmou que homens ligados ao próprio opositor teriam realizado as ameaças, usando roupas vermelhas e símbolos do chavismo para forjar uma incriminação. Na noite de ontem, o prefeito Ocariz voltou a pedir a libertação de Furelos e pediu ao governo que deixe “a polícia de Sucre de fora do debate político”. / F.C.

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