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Mubarak e seus filhos serão julgados por morte de manifestantes

Ex-presidente egípcio também responderá a alegações de enriquecimento ilícito

Por BBC Brasil
Atualização:

CAIRO - O ex-presidente do Egito Hosni Mubarak e seus dois filhos Gamal e Ala serão julgados pela morte de manifestantes, disse nesta terça-feira, 24, a promotoria do país.

 

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Os três foram indiciados por "assassinato premeditado de alguns participantes dos protestos pacíficos da revolução de 25 de janeiro", afirmou a Justiça egípcia, por meio de um comunicado citado pela agência estatal egípcia Mena. Acredita-se que mais de 800 pessoas tenham sido mortas durantes os 18 dias de protestos no Egito, no início do ano, que tiveram como centro a Praça Tahrir, no Cairo, e que levaram à renúncia de Mubarak. Milhares de ativistas ficaram feridos. Organização de direitos humanos e pró-democracia acusam as forças de segurança do Egito de terem sido violentas e de terem praticado tortura durante os protestos. Enriquecimento Além de assassinato, o ex-presidente será processado por enriquecimento ilícito durante o tempo em que esteve no poder. Oposicionistas dizem acreditar que Mubarak acumulou irregularmente uma fortuna de dezenas de bilhões de dólares. O ex-presidente nega as alegações e diz que não foram apresentadas evidências fortes de seu enriquecimento. No entanto, contas bancárias no Cairo e na Suíça foram congeladas. Mubarak, 83 anos, governou o país por quase 30 anos antes de ser derrubado em 11 de fevereiro. Ele está detido em um hospital no balneário de Sharm el-Sheikh. Seus dois filhos estão presos na prisão de Tora, no Cairo. A mulher do ex-presidente, Suzanne Mubarak, 70 anos, foi liberada pela Justiça nesta semana, mas não está claro se ela também será julgada. Aliados Mais de 20 ministros e empresários ligados ao regime de Mubarak foram detidos desde fevereiro. No começo do mês, o ex-ministro do Interior Habib al-Adly foi condenado a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Ele ainda enfrenta acusações de ter ordenado que forças de segurança disparassem contra manifestantes. O anúncio da promotoria egípcia ocorreu após a convocação de grandes protestos para esta sexta-feira, pedindo o julgamento de Mubarak e o fim das leis de emergência que ainda vigoram no país. O protesto foi organizado pela Coalizão de Jovens da Revolução, um dos principais grupos participantes do levante de 25 de janeiro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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