Não crie um triunfo do EI onde não há

Os EUA precisam do conhecimento de seus cidadãos islâmicos, como precisaram de outros povos

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Sou um muçulmano americano. Passei minha vida adulta lecionando e aconselhando líderes militares na luta contra o terror. Na quarta-feira, enquanto assistia a representantes da comunidade muçulmana norte-americana em San Bernardino, Califórnia, denunciar os atiradores que haviam matado 14 pessoas na cidade, eu reconheci, em sua atitude e em suas palavras, o sentimento de humilhação, horror e sua lealdade aos EUA, juntamente com um grande medo de que uma nova rodada de islamofobia se inicie.

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Sei, por experiência própria, que mais islamofobia será o pior resultado para os esforços americanos para derrotar o Estado Islâmico. Como oficial da Marinha, fiz um juramento de defender a Constituição americana contra todos os inimigos, externos e internos. Treinei integrantes de equipes de Seals (força de operações especiais da Marinha). Fico profundamente perturbado com o ódio antimuçulmano em nosso país desde que fanáticos islamistas provocaram estragos em Paris. Pessoas que espalham o medo já pediram que seja feito um registros dos muçulmanos e mesquitas sejam fechadas.

O FBI advertiu muçulmanos sobre a possibilidade de serem atacados por milícias de supremacistas brancos. Se não quisermos ficar nas mãos da propaganda do Estado Islâmico, segundo a qual os EUA estão em guerra com o islã, devemos nos levantar contra a islamofobia. Devemos separar os poucos extremistas da vasta maioria de muçulmanos americanos patriotas que respeitam a lei e trabalhar com eles, não contra eles.

O Estado Islâmico tem pouco apoio na maioria dos países de maioria muçulmana, segundo pesquisa do Centro de Pesquisas Pew, realizada após os ataques de Paris. Na verdade, com mais de 60 países aliados contra o grupo, o Estado Islâmico está apostando que sociedades ocidentais isolem suas populações muçulmanas para, assim, aumentar o recrutamento em meio a esses grupos. Na última edição da revista do Estado Islâmico, a Dabiq, que glorifica os ataques de Paris, um recrutador tenta persuadir seus leitores. Ele escreve que um muçulmano no Ocidente é “um estranho entre cristãos e liberais... fornicadores e sodomitas... bêbados e drogados”, e deve se unir ao Estado Islâmico para evitar dormir “toda a noite com uma faca ou revólver... temendo um ataque durante a noite ou pela manhã a sua casa”. O Estado Islâmico quer que cada muçulmano americano sinta-se isolado. Sua falsa utopia repousa no sonho distorcido de que os estimados 3 milhões de muçulmanos americanos acreditarão que não podem mais viver, prosperar e praticar seu culto em paz nos EUA.

Segundo dados da New America Foundation divulgados antes dos ataques de quarta-feira na Califórnia, em 26 ataques realizados em território dos EUA desde o 11 de Setembro, extremistas islamistas haviam matado 31 pessoas. Em comparação, ativistas de direita haviam matado 48 pessoas.

Os EUA também precisam de seus cidadãos muçulmanos para servir nas Forças Armadas. Como afro-americanos na Guerra Civil e asiáticos e alemães-americanos na 2.ª Guerr, precisamos de seu conhecimento cultural, linguístico, religioso e geopolítico para nos ajudar a derrotar o Estado Islâmico e sua propaganda. No meu caso, espero que meu filho, de 13 meses, cresça nos EUA e continue a honrar a diversidade e a lealdade a nossa Constituição.” / TRADUÇÃO DE PRISCILA ARONE

Sou um muçulmano americano. Passei minha vida adulta lecionando e aconselhando líderes militares na luta contra o terror. Na quarta-feira, enquanto assistia a representantes da comunidade muçulmana norte-americana em San Bernardino, Califórnia, denunciar os atiradores que haviam matado 14 pessoas na cidade, eu reconheci, em sua atitude e em suas palavras, o sentimento de humilhação, horror e sua lealdade aos EUA, juntamente com um grande medo de que uma nova rodada de islamofobia se inicie.

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Sei, por experiência própria, que mais islamofobia será o pior resultado para os esforços americanos para derrotar o Estado Islâmico. Como oficial da Marinha, fiz um juramento de defender a Constituição americana contra todos os inimigos, externos e internos. Treinei integrantes de equipes de Seals (força de operações especiais da Marinha). Fico profundamente perturbado com o ódio antimuçulmano em nosso país desde que fanáticos islamistas provocaram estragos em Paris. Pessoas que espalham o medo já pediram que seja feito um registros dos muçulmanos e mesquitas sejam fechadas.

O FBI advertiu muçulmanos sobre a possibilidade de serem atacados por milícias de supremacistas brancos. Se não quisermos ficar nas mãos da propaganda do Estado Islâmico, segundo a qual os EUA estão em guerra com o islã, devemos nos levantar contra a islamofobia. Devemos separar os poucos extremistas da vasta maioria de muçulmanos americanos patriotas que respeitam a lei e trabalhar com eles, não contra eles.

O Estado Islâmico tem pouco apoio na maioria dos países de maioria muçulmana, segundo pesquisa do Centro de Pesquisas Pew, realizada após os ataques de Paris. Na verdade, com mais de 60 países aliados contra o grupo, o Estado Islâmico está apostando que sociedades ocidentais isolem suas populações muçulmanas para, assim, aumentar o recrutamento em meio a esses grupos. Na última edição da revista do Estado Islâmico, a Dabiq, que glorifica os ataques de Paris, um recrutador tenta persuadir seus leitores. Ele escreve que um muçulmano no Ocidente é “um estranho entre cristãos e liberais... fornicadores e sodomitas... bêbados e drogados”, e deve se unir ao Estado Islâmico para evitar dormir “toda a noite com uma faca ou revólver... temendo um ataque durante a noite ou pela manhã a sua casa”. O Estado Islâmico quer que cada muçulmano americano sinta-se isolado. Sua falsa utopia repousa no sonho distorcido de que os estimados 3 milhões de muçulmanos americanos acreditarão que não podem mais viver, prosperar e praticar seu culto em paz nos EUA.

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Segundo dados da New America Foundation divulgados antes dos ataques de quarta-feira na Califórnia, em 26 ataques realizados em território dos EUA desde o 11 de Setembro, extremistas islamistas haviam matado 31 pessoas. Em comparação, ativistas de direita haviam matado 48 pessoas.

Os EUA também precisam de seus cidadãos muçulmanos para servir nas Forças Armadas. Como afro-americanos na Guerra Civil e asiáticos e alemães-americanos na 2.ª Guerr, precisamos de seu conhecimento cultural, linguístico, religioso e geopolítico para nos ajudar a derrotar o Estado Islâmico e sua propaganda. No meu caso, espero que meu filho, de 13 meses, cresça nos EUA e continue a honrar a diversidade e a lealdade a nossa Constituição.” / TRADUÇÃO DE PRISCILA ARONE