Existe, no entanto, outro caminho. Há poucas chances de que ele venha a acontecer, mas, dadas as alternativas, vale a pena tentar. Em primeiro lugar, apertar a tecla de pausa para a corrida de Cruz. Em segundo lugar, continuar o ataque a Trump inaugurado por Mitt Romney.
Em terceiro lugar, trabalhar para que aconteça um milagre com Marco Rubio na Flórida, no dia 15. Quarto, limpar o caminho para John Kasich em Ohio. Se Rubio e Kasich ganharem em seus Estados de origem, Trump precisará de cerca de 70% dos delegados restantes para garantir a maioria, o que é improvável que venha a ocorrer.
O partido iria para a convenção sem um indicado claro. A situação seria tumultuada por alguns dias, mas poderia surgir uma nova opção de ampla aceitação. Melhor do que chegar até o outono com Trump, o que seria um erro moral, ou com Cruz, que em novembro poderia conseguir vários importantes condados no Mississippi.
Já não se trata mais de ganhar a presidência em 2016. Trata-se de algo muito maior. Se o Partido Republicano pretende sobreviver como um partido nacional sério e viável, não poderá aferrar-se à moribunda ortodoxia que Cruz representa. Mas tampouco poderá aderir ao feio nacionalismo de Trump. Terá de encontrar uma terceira alternativa: o uso limitado, porém enérgico, do governo a fim de expandir a mobilidade e ampliar a abertura e as oportunidades. É para isso que Kasich, Rubio, Paul Ryan e outros estão caminhando aos tropeços.
Em meio a toda a vulgaridade e mesquinhez, é a respeito disso que está se lutando este mês: a volta ao passado, a busca de um futuro feio ou a escolha de uma terceira via. Para isso, vale a pena lutar, vale a pena eliminar toda possibilidade de retrocesso.
A hora é tardia e as probabilidades são escassas. Mas há ainda esperança. É este o momento em que é preciso ter audácia, não optar por Ted Cruz, pelo simples fato de ele é o Titanic que nós conhecemos. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA