BRASÍLIA - O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta sexta-feira, 4, depois de encontrar-se com a presidente Dilma Rousseff que os dois países não tem posições tão diferentes sobre como lidar com a crise venezuelana.
Acompanhado de sua futura chanceler, Susana Malcorra, Macri disse que observará a eleição parlamentar de domingo na Venezuela. “Estamos observando com atenção o que vai acontecer”, afirmou Macri, que assume a Casa Rosada na quinta-feira. O encontro entre os dois durou cerca de uma hora.

Durante a campanha argentina, Dilma recebeu o candidato governista Daniel Scioli em Brasília. O argentino minimizou o fato de ele e Dilma terem posições diferentes sobre a situação na Venezuela, e afirmou que o importante é o fato de os dois terem "os mesmos valores" e o mesmo "compromisso com a democracia".
"Não sinto que tenhamos posições tão opostas. Temos compromissos com direitos humanos e liberdades. Há uma enorme tensão na Venezuela. Esperamos que ganhe a democracia. Cada um expressa com seu estilo e seu valores."
Após ser eleito, Macri defendeu a suspensão da Venezuela no Mercosul. Dilma, por sua vez, se demonstrou contrária à medida.
Presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri faz 1ª visita ao Brasil
Outro assunto importante para a Argentina, porém, ficou de fora da pauta desse primeiro encontro. Macri afirmou que ele e Dilma não chegaram a conversar sobre um eventual aporte de dólares do Brasil ao Banco Central argentino. Segundo ele, esse e outros temas econômicos serão tratados em uma visita oficial de Estado que deverá ser marcada em breve.
Antes disso, os dois vão se encontrar novamente no dia 10, quando Dilma for a Buenos Aires participar da posse do presidente eleito.
Além da presidente, participaram da reunião os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Integram a comitiva de Macri o chefe da Casa Civil indicado, Marcos Peña, a futura chanceler, Suzana Malcorra, e o futuro assessor especial Fulvio Pompeo, além do embaixador da Argentina no Brasil, Luiz Maria Kreckler.
Ainda nesta sexta, Macri cumpriu uma agenda em São Paulo antes de seguir para o Chile para se encontrar com a presidente Michelle Bachelet.