LIMA - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, promete resistir aos apelos para que renuncie após a revelação de que a Odebrecht pagou US$ 782 mil para a empresa de consultoria dele entre os anos de 2004 e 2007 - período em que serviu como ministro das Finanças e primeiro-ministro do país. "Compatriotas, não vou me amedrontar. Sou um homem honesto", afirmou.
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Em um pronunciamento transmitido pela TV na noite desta quarta-feira, 14, o líder peruano afirmou que não tinha envolvimento com a Westfield Capital no período em que a consultoria recebeu o valor da empreiteira brasileira. Kuczynski estava rodeado por seus ministros durante o pronunciamento e afirmou ainda que a corrupção no país é sistêmica, mas que vai defender sua honra.
Kuczynski afirmou que vai pedir às autoridades judiciais do Peru a quebra do próprio sigilo bancário. "Peço o levantamento do meu sigilo bancário para que se revisem tudo o que queiram e assumo todas as responsabilidades dos meus atos", disse. O governante garantiu que vai enfrentar a situação e não se esquivará nem se ocultará diantes das acusações, porque, segundo ele, não tem "nenhum motivo para fazer isso". "Não vou renunciar, nem à minha honra nem aos meus valores, nem às responsabilidades como presidente de todos os peruanos", declarou.
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No mês passado, Kuczynski negou veementemente ter qualquer ligação profissional ou política com a Odebrecht. Parlamentares da oposição, no entanto, tornaram públicos na quarta-feira, 13, os documentos que comprovam os pagamentos da Odebrecht para a Westfield. Kuczynski foi eleito em 2016, em parte por defender o combate à corrupção no país. /AP e EFE