Negociações entre Santos e Farc emperram

Segundo representantes do governo e da guerrilha, as conversações em Cuba atravessam 'momentos complexos'

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Por HAVANA
Atualização:

O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) admitiram ontem que as conversações para um acordo de paz atravessam "momentos complexos". Eles concluíram ontem em Havana mais um ciclo de negociações. "Esses ainda são dias difíceis, reconhecemos, mas não perdemos a fé", disse o representante do governo Humberto de la Calle, em uma entrevista coletiva na capital cubana, onde as negociações ocorrem desde 2012. Há vários meses, as partes discutem o ressarcimento às vítimas, um tema que se arrasta - em contraste com os primeiros três itens de uma agenda de seis pontos preestabelecidos, acertados em um ano e meio. "Precisamos avançar. Fazê-lo é de interesse nacional", declarou o comandante da guerrilha Iván Márquez.

Ciclo complexo. Ivan Marquez, das Farc, fala à imprensa Foto: AP Photo/Desmond Boylan

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O processo entre o governo de Juan Manuel Santos e as Farc teve início no fim de 2012 e, até agora, os três pontos sobre os quais há um acordo parcial entre eles são os relacionados aos problemas da terra, a participação política da guerrilha e o combate ao narcotráfico.

Márquez, cujo nome verdadeiro é Luciano Marín Arango, insistiu na necessidade de uma Assembleia Constituinte que "abra uma nova era de paz e justiça social para os colombianos". Ele disse esperar que no próximo ciclo de debate decida-se pela criação de uma Comissão de Esclarecimento da Verdade.

De la Calle, por sua vez, afirmou que a sociedade colombiana está impaciente e cética e espera que a guerrilha e o governo mostrem resultados concretos.

Nem o governo, nem as Farc especificaram quais são as questões que estão emperrando a negociação. Há alguns dias, porém, representantes de Santos e do governo mostraram divergência sobre a forma de se aplicar a Justiça aos guerrilheiros uma vez que se alcance um acordo de paz. O conflito armado na Colômbia deixou 220 mil mortos em mais de cinquenta anos.

/ AP e EFE

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