Netanyahu pediu aos EUA armas para atacar Irã, afirma jornal

Segundo 'Haaretz', Israel quer bombas antibunker capazes de arrasar usina iraniana de Qom

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WASHINGTON - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, solicitou aos Estados Unidos armamento especial para ser usado em um eventual ataque aéreo contra instalações iranianas, noticiou nesta quarta-feira, 7, o jornal israelense Haaretz. Dentro do arsenal em negociação estaria bombas antibunker capazes de atingir a mais protegida usina do Irã, em Qom, construída 90 metros abaixo da terra. Hoje, Israel não tem capacidade de destruir a instalação.

 

 

O governo israelense tem argumentado que o fato de a usina de Qom estar virtualmente fora de seu alcance faz com que um ataque nos próximos meses ao Irã seja talvez a última alternativa para impedir que o rival consiga a bomba. Segundo Tel-Aviv, a partir do momento em que o Irã reunir urânio suficiente para um artefato na usina subterrânea, Teerã terá entrado em uma "zona de imunidade" em relação a Israel. Forças israelenses, portanto, seriam incapazes de desferir um golpe significativo no programa iraniano. Qom se tornará completamente operacional ainda este ano, calcula Israel.

 

Além das bombas antibunker, Netanyahu teria solicitado aos EUA equipamento ultramoderno para reabastecimento de aviões em voo. O procedimento ampliaria a autonomia dos caças israelenses.

 

Ainda segundo o Haaretz, citando fontes anônimas do governo americano, Obama teria instruído seu secretário da Defesa, Leon Panetta, a analisar o assunto. O presidente, porém, olha "de modo favorável" à possibilidade de fornecer o armamento aos israelenses.

 

Durante o governo George W. Bush, os EUA recusaram a venda de bombas antibunker ultramodernas e equipamento de reabastecimento em voo a Israel. Washington acreditava que o governo israelense acabaria usando o equipamento para lançar um ataque surpresa contra o Irã - possivelmente sem o conhecimento prévio dos EUA.

 

Obama, porém, teria uma posição mais branda sobre o assunto. Segundo despachos secretos divulgados pelo WikiLeaks, a Casa Branca considerava em 2009 a possibilidade de fornecer os dois tipos de tecnologia militar aos israelenses. 

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