Atualizado às 20h05
JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou nesta terça-feira, 27, o Gabinete dos Oito (grupo que reúne os oito ministros mais importantes de seu governo) para debater a resposta à proposta do Quarteto sobre o reinício do diálogo de paz com os palestinos.
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Os dois principais ministros da coalizão governamental, o titular das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, e o da Defesa, Ehud Barak, se mostraram a favor de aceitar o convite de Estados Unidos, Rússia, ONU e União Europeia (o Quarteto para a Paz no Oriente Médio), que exortaram as partes a voltarem à mesa de negociações em outubro.
Os quatro apresentaram na última sexta-feira uma proposta que estabelece um prazo de um mês para a realização de uma reunião preparatória entre israelenses e palestinos para fixar a agenda e o método de uma negociação que deve vislumbrar um acordo de paz definitivo antes do fim de 2012.
Segundo a proposta, as partes terão três meses para pôr sobre a mesa suas posições em torno de dois dos assuntos mais espinhosos do conflito - fronteiras e segurança -, e deverão alcançar "progressos substanciais" sobre estes pontos em um prazo não superior a seis meses.
'Melhor dirigente'
O presidente israelense, Shimon Peres, assegurou ontem que o líder da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, é o "melhor" dirigente palestino que Israel poderia ter para negociar a paz, apesar dos desacordos que existem entre os dois lados. O Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) estudará nesta quarta-feira, em Ramallah, a proposta do Quarteto, anunciou o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat.
Após 20 anos de diálogo de paz, os palestinos exigem para retornarem às negociações um marco de referência claro e a paralisação da ampliação das colônias judaicas nos territórios ocupados de Jerusalém oriental e da Cisjordânia enquanto durar o diálogo.
Israel, por sua vez, exige que não haja pré-condições para o debate e pede aos palestinos que reconheçam Israel como "Estado judeu", algo que estes se negam a fazer ao entender que não lhes corresponde definir o caráter de outro Estado.