Noruega rejeita demanda de Snowden para impedir extradição aos Estados Unidos

Ex-colaborador da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana deseja viajar ao país nórdico para receber prêmio por seu trabalho a favor da liberdade de expressão

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COPENHAGUE - O tribunal de primeira instância de Oslo desprezou nesta segunda-feira, 27, a demanda interposta pelo ex-analista da CIA Edward Snowden contra o Estado norueguês para poder viajar para este país nórdico em novembro para receber um prêmio outorgado pelo Pen Clube sem risco de ser extraditado aos Estados Unidos.

O juiz responsável aceitou os argumentos da Procuradoria do Estado de que o tribunal não pode se ocupar do caso enquanto não exista uma solicitação formal de extradição contra Snowden, que desfruta de asilo político na Rússia. O Pen Clube norueguês outorgou em março a Snowden o prêmio Ossietzsky, que será entregue em 18 de novembro na Universidade de Oslo, por seu trabalho a favor da liberdade de expressão.

Fugitivo da inteligência dos EUA, Edward Snowden dá entrevista em livestream na cerimônia de entrega do prêmio no Parlamento da Suécia. Foto: Reuters

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Na demanda apresentada em abril esta associação de escritores, que exerce apoio jurídico ao ex-analista, sustentava que os atos de Snowden, a quem os Estados Unidos acusam de revelar segredos de Estado, são "claramente de caráter políticos, e de acordo com o direito internacional e as leis norueguesas, ele não pode ser extraditado.

A também norueguesa Academia Bjørnstjerne Bjørnson já tentou no ano passado levar Snowden a este país nórdico, porque foi agraciado com um prêmio de direitos humanos, mas o governo não quis garantir que não seria extraditado.

Snowden chegou a Moscou em junho de 2013 procedente de Hong Kong e recebeu em 2014 uma permissão de residência na Rússia para um prazo de três anos. / EFE