Novo lançamento de míssil da Coreia do Norte atinge área próxima a águas japonesas

Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, considerou atitude uma 'grave ameaça' e colocou forças de defesa em alerta; autoridades de Coreia do Sul e EUA reagem e também condenam Pyongyang

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Por Redação
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TÓQUIO - A Coreia do Norte lançou um míssil balístico nesta quarta-feira, 3, que atingiu pela primeira vez áreas dentro ou próximas a águas controladas pelo Japão, no mais recente ato em uma série de lançamentos do país em desafio às resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

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O míssil atingiu a zona econômica exclusiva (ZEE) do Japão - algo que não acontecia desde 1998, quando um míssil norte-coreano caiu na ZEE do país depois de sobrevoar o território -, disse uma autoridade da Defesa do Japão, aumentando tensões regionais já altas após uma série de lançamentos de mísseis neste ano e a decisão dos Estados Unidos de implementar um sofisticado sistema antimísseis na Coreia do Sul.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, descreveu o lançamento como uma "grave ameaça" ao Japão e disse que Tóquio "protestou fortemente". O Japão também informou que suas forças de defesa permanecerão em alerta em caso de novos lançamentos.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA criticou o lançamento e disse que a atitude norte-coreana "só aumenta a determinação da comunidade internacional para se contrapor" às ações de Pyongyang. O Comando Estratégico dos EUA disse ter detectado dois mísseis, um dos quais afirma ter explodido imediatamente depois de ser lançado.

O míssil que caiu no Mar do Japão foi disparado perto das 7h50 (19h50 de terça-feira no horário de Brasília) de uma região da província de Hwanghae do Sul, a sudoeste da capital da Coreia do Norte, Pyongyang, informou o Escritório do Estado-Maior Conjunto sul-coreano em um comunicado.

O lançamento mostrou a ambição norte-coreana de "atacar direta e amplamente países vizinhos e visar vários locais da República da Coreia, como portos e campos aéreos", disse a autoridade sul-coreana, usando o título oficial de seu país. O míssil pareceu ser um projétil de médio alcance do tipo Rodong e percorreu cerca de mil quilômetros.

No fim deste mês os EUA irão iniciar exercícios anuais de larga escala com sua aliada Coreia do Sul que diz serem defensivos por natureza, e não provocações. Pyongyang normalmente protesta contra os exercícios, que afirma serem o ensaio de uma invasão.

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As manobras, que em 2015 envolveram 30 mil militares americanos e 50 mil sul-coreanos, provocam todos os anos uma crise diplomática na península, onde a situação é tensa desde o início do ano. 

O teste norte-coreano acontece duas semanas após o lançamento de três mísseis balísticos que, segundo Pyongyang, simulavam ataques nucleares preventivos contra portos e aeroportos sul-coreanos onde há material militar americano.

Depois do quarto teste nuclear norte-coreano, em 6 de janeiro, seguido em 7 de fevereiro pelo lançamento de um foguete considerado como um teste disfarçado de míssil balístico, a tensão é crescente na península coreana. / REUTERS e AFP

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